Cervejaria Baiana realiza experiência sensorial com terpenos


#diáriodaquarentena

Um dos meus passatempos preferidos durante o árduo período de isolamento social provocado pela Covid19 consiste na busca por novas experiências sensoriais ligadas à cerveja artesanal. Na última semana, a cervejaria MinduBier promoveu a MinduBier Terpene Experience, uma degustação ajustada para ser feita em casa. A proposta foi combinar Terpenos específicos à uma cerveja escolhida como “base” para a experiência, que foi realizada da seguinte maneira: A MinduBier ofereceu três rótulos para base – MinduStart (lager), MinduIPA (IPA) e CocoBerry (sour) – e disponibilizou um conjunto de 11 Terpenos; uma vez definidos a base e seu respectivo Terpeno, a mistura era preparada e envasada em garrafas de 500ml, que eram entregues em domicílio.

 

Mas…o que são Terpenos?

Terpenos são óleos que produzem os aromas nas plantas – sim, todas as plantam possuem seus Terpenos! Estes aromas possuem funções importantes para as plantas, servindo tanto para afugentar pragas quanto para atrair insetos, que ajudam nos processos de polinização. Neste escopo, podemos afirmar que os Terpenos figuram como uma das características pelas quais concebemos as plantas como seres vivos.

A degustação proporcionada  pela Mindu utilizou Terpenos com perfil canábico; muita gente que acredita que a cannabis é próxima dos lúpulos utilizados nas brassagens, embora do ponto de vista biológico não sejam tão semelhantes assim. Porém, tanto lúpulo quanto cannabis  possuem características similares em termos físicos e químicos, que se tornam mais percepitiveis quando são combinadas , proporcionando experiências sensoriais bem agradáveis (confira uma explicação mais detalhada aqui).

Gustavo Martins, cervejeiro da MinduBier e idealizador do projeto da Terpene Experience, com Terpeno OG Kush e a MinduIPA. (Fonte: Arquivo MinduBier)

“No Brasil, por conta da legislação vigente, esses Terpenos não podem ser obtidos diretamente da cannabis; eles são extraídos de outras plantas, depois isolados para serem combinados em um blend (o chamado “perfil terpênico”), que emula as variedades canábicas existentes no mundo. Basicamente, um Terpeno pode alterar o aroma da cerveja; porém, em algumas vezes, eles modificam também o sabor, a depender do Terpeno utilizado”, disse o cervejeiro da MinduBier, Gustavo Martins. “Inclusive, é importante destacar que os aromas da cerveja vindos do lúpulo são resultados dos Terpenos do lúpulo; daí, quando adicionamos esses blends de perfil canábico, eles se misturam aos terpenos dos lúpulos da cerveja. Já o amargor vem de outros óleos, que são os iso-alfa-ácidos e outros compostos, como beta-ácidos e humolinonas”, explicou.

Como foi minha experiência terpênica

Recebi em casa três garrafas de 500ml, cada uma contendo a cerveja MinduBier combinada a um tipo dos três Terpenos que escolhi: Jack Herrer, OG Kush e Lemon Skunk. É importante destacar que a degustação destas misturas foi intercalada com provas da MinduIPA sem adição dos Terpenos – procedimento que chamamos de “controle”. Isto permite que as alterações provocadas pela adição dos Terpenos sejam percebidas e identificadas com mais facilidade. De modo geral, a experiência foi interessante para interagir com as características sensoriais destes óleos e saber como reconhece-las em outras cervejas, que foram feitas originalmente com a adição desses Terpenos.

A MinduIPA é uma American IPA bem lupulada (dry-hop de Amarillo, Cascade, Citra, Mosaic e Galaxy), aroma floral e levemente frutado, com médio amargor (50 IBU). O primeiro dos Terpenos que provei, o Jack Herrer, aumentou o perfil cítrico da cerveja, além de adicionar notas de pinho mais perceptiveis ao lado das florais; o amargor foi mantido, porém apresentou inusitadas notas terrosas.

O segundo Terpeno foi o Lemon Skank, que apresentou perfil menos cítrico que o anterior, porém realçou as notas herbais da cerveja. Já o terceiro Terpeno, OG Kush, potencializou os traços florais e cíticos, deixando a cerveja também mais resinosa. “Sim. Este resinoso que você percebeu veio deste Terpeno”, afirmou Gustavo, que aproveitou para revelar o próximo lançamento da MinduBier: a West Kush “É uma West Coast IPA com adição do Terpeno OG Kush feita diretamente no tanque. Estará disponível agora no final de fevereiro”, finalizou Gustavo.

A Prova dos 10: Os melhores rótulos de 2020

#diariodaquarentena

O Blog Lupulado apresenta sua lista das melhores cervejas experimentadas em 2020, um ano difícil para muitas pessoas do meio cervejeiro; eventos foram cancelados, bares e restaurantes fechados, estabelecimentos comerciais operando por delivery ou retirada. Particularmente, a necessidade de me manter por meses em casa fez aumentar meu consumo de cerveja e acabei provando muitos rótulos interessantes; foi difícil escolher (apenas) os 10 melhores rótulos. Neste ano, infelizmente, tive que deixar de fora da minha lista final as cervejas feitas em HomeBrew (quero ressaltar que provei muita coisa boa de amigos e amigas que fazem cervejeira caseira);. porém,  optei por contemplar na minha lista apenas cervejas com registro, buscando estimular a profissionalização do meio e também por reconhecimento às cervejarias que correram atrás do MAPA.

É importante destacar mais critérios que foram adotados para eleger os melhores rótulos de 2020. Primeiro, considerei apenas cervejas efetivamente provadas neste ano; ela pode até ter sido concebida em 2019, 2018, ou outro ano, porém a minha primeira degustação deve ter ocorrido obrigatoriamente em 2020. Outros critérios observados são a “inovação”, isto é, os aspectos acrescentados pelo rótulo às características típicas do estilo, e “originalidade”, aquilo que pode ser considerado o diferencial da cerveja. O último aspecto considerado nesta análise é mais subjetivo, partindo do meu gosto pessoal, que envolve experiências prévias e minha preferência por determinados estilos. Cabe destacar também que lista abaixo não traduz uma espécie de ranking, ou seja, elencando da melhor à pior cerveja; meu intuito é apenas apontar os dez melhores rótulos que provei em 2020, sem qualquer tipo de ordenação entre eles.

As 10 melhores cervejas experimentadas em 2020:

Entomology (Dádiva e Quatro graus). American Oat Strong Ale com 9,5% de álcool. Espuma fina, coloração dourada e turva, por causa da adição de aveia. Notas herbais e coco no aroma; na boca um corpo alto com certa viscosidade licorosidade. Uma cerva de alta complexidade, que se destacou entre as outras que provei em 2020!

Comfort Triple Cream IPA (Quatro Graus): Experimentei logo no início do ano, em Janeiro, aqui em Salvador. Pude degustar outras vezes em minhas férias de verão e no carnaval no Rio. Confira a resenha no Blog.

Mindu Klooster (MinduBier): Belgian Tripel da cervejaria baiana MinduBier, que arrebentou no critério “inovação” ao acrescentar aromas e sabores incríveis de amendoim e paçoca. Confira a resenha no Blog.

Rainha da Cevada Preta com Hortelã (Calundu): Outra cerveja feita na Bahia, trata-se de uma Dry-Stout com alta drinkabilidade, que apresenta uma nota de menta muito bem inserida ao final do gole, tornando-a especial entre outras do estilo. Confira a resenha no Blog.

Dank Therapy, da cervejaria Bold.

Dank Theraphy (Bold): No auge do isolamento social, em meio ao fechamento de 14 dias do comércio no meu bairro em Salvador, encontrei esta cerveja maravilhosa para celebrar meu aniversário em 24 de junho; foram 5 litros degustados sozinho em casa. É uma double NE IPA com perfil Dank e notas de frutas amarelas, características proporcionadas pela inserção de um lúpulo novo, que se tornaria um dos “queridinhos” de 2020: o Strata.

Oxford, double IPA da cervejaria Proa

Moon Waves (Moondri): O IPA Day da Kombita de 2020 foi online, mas trouxe esta IPA maravilhosa do Paraná. American com amargor na medida, aromas e sabores cítricos, com notas bem originais, que remetem à casa de limão.

Oxford (Proa): Me interessei quando vi esta cerveja da Proa em um app para delivery. Ao buscar informações sobre este rótulo no Untappd, vi que era edição limitada e não estava mais em produção. Garanti logo minha prova e fui feliz: Double IPA muito fácil de beber, cremosa, seca, com notas de pinho e caramelo!

IPA Bahia da Cervejaria NordHaus, em Juazeiro-BA.

IPA Bahia (Nordhaus): Nas margens do Rio São Francisco, em Juazeiro da Bahia, funciona o brewpub desta cervejaria, que já foi pauta aqui no Blog. A IPA Bahia tem como protagonista o cacau, seguido com notas de caramelo que fazem certa referência à escola inglesa.

Yellow Cab (Croma): Juicy IPA com aroma  de frutas amarelas, especialmente maracujá e melão, com um toque de aveia. Corpo sedoso, amargor no ponto e levemente licorosa.

EverBlend (EverBrew): Esta NEIPA traz aromas e sabores compilados de três outras cervejas do mesmo estilo lançadas pela cervejaria: EverMaine, EverMass e Evermont. O resultado é um cerveja de corpo aveludado, alto amargor e aroma intenso de frutas amarelas.

 

UM MANIFESTO EM FORMA DE CERVEJA

#diáriodaquarentena

A Cervejaria Heilige, de Santa Cruz do Sul – RS, lançou o kit de cervejas SadoMasoQuista para celebrar 10 anos de sua criação. Este projeto apresenta uma face inusitada com nuances de um manifesto, um estilo textual que busca relatar/alertar para problemas e situações correntes (veja o texto completo do manifesto da Heilige no final do post).

De forma criativa, a Heilige procurou elencar nos textos que compõem o manifesto parte dos problemas típicos do processo de fazer cerveja no país, como a incidência de impostos e taxas praticados no meio cervejeiro, que causam aumento de até 60% no preço final do produto, além do alto custo logístico e da burocracia; tudo isto causa desconforto em quem produz cerveja no Brasil, que passa ser concebido de forma irônica como Sadomasoquista. O kit é formado por três cervejas, que são embrulhadas em papel de seda com parte do texto do manifesto da Heilige. Cada rótulo segue um estilo diferente: a SADO é uma Brut Ipa, a MASO é Russian Imperial Stout e a QUISTA é uma Berliner Weiss. Na Bahia, este kit está disponível para Salvador e todo o estado no site Cerveja Salvador.

“Este projeto nasceu em uma manhã de domingo, em novembro de 2019, quando eu participava de um curso de Off-Flavor, em Porto Alegre, junto com um dos fundadores da Heilige, Rodrigo Yung, o cervejeiro Paulo Sarvacinski e a Aline Viecinski, que responde pelo laboratório da fábrica. Comentávamos, na ocasião, que existe muito romantismo quando se pensa em fazer cerveja, mas que por trás também existe um universo de trabalho meio que desconhecido do público. Foi quando surgiu a ideia de comemorar os 10 anos da Cervejaria Heilige para além do lançamento de uma cerveja, mas lançar um manifesto ao mercado cervejeiro. Passamos muita coisa pra chegar até aqui e sabemos que tem mais gente que passa por isto também. Foi nossa maneira de levantar a bandeira e falar ‘estamos juntos’, mesmo nestes tempos de pandemia”, explicou a Sommelière da cervejaria Heilige e uma das idealizadoras do projeto, Juliane Rosa.”A ideia é justamente causar um desafio sensorial que proporcione certa inquietação, fazendo referência aos prazeres e aos incômodos de produzir cerveja no Brasil”, complementou Juliane.

A prova das cervejas começou com um desafio: escolher a ordem dos rótulos para degustação. Normalmente, inicia-se pelo estilo mais leve, seguindo para os mais extremos; porém, a opção feita foi provar seguindo a ordem criada pelos nomes Sado+Maso+Quista. “Esta é a nossa primeira provocação: decidir a ordem para degustação.  A lógica que costumamos seguir é escolher primeiro o estilo mais leve, mas aí propomos uma ordem pelo nome do kit, que não segue esta sequencia ”, disse Juliane. “Nosso cervejeiro Paulo Sarvacinski teve total liberdade de escolha para os estilos. Como se trata de cervejas comemorativas, com edição limitada, a pessoa pode escolher à vontade a sequencia que sentiu mais vontade de fazer”, destacou a Sommelière.

SADO apresentou visual límpido, cor acobreada, espuma cremosa e carbonatação com bolhas finas que fazem referência aos espumantes, como sugere este estilo uma Brut IPA . O aroma entregou em primeiro plano a uva verde, seguidas de notas herbais e de frutas tropicais como abacaxi e maracujá  Muito refrescante, na boca apresentou baixo amargor (28 IBU), corpo médio e teor alcoólico moderado (5,3 ABV).

A MASO apresentou o tradicional visual escuro, fosco, típico do estilo Russian Imperial Stout; baixa formação de espuma e aroma com notas de coco e café torrado. Mesmo licorosa (ABV 11%), com corpo alto e moderadamente amarga (40 IBU), trata-se de uma cerveja bem fácil de beber, que trouxe para a boca notas de madeira, coco e castanha, além de retrogosto adocicado.

Por fim, a Berliner Weiss QUISTA apresentou aromas cítricos, especialmente limão, coloração amarela, espuma cremosa e alta carbonatação. Na boca, proporcionou uma experiência de corpo baixo e muita acidez, com pouco álcool (ABV 3,3%) e amargor (4 IBU).

“Em vez de 4-pack ou 6-pack, pensamos em um kit composto por três cervejas, pois a ideia era ter uma ácida, uma picante e uma extremamente carbonatada. Separadas elas são ótimas e lembram a parte boa do processo, da pessoa faz o que gosta (produzir cerveja) com dedicação e capricho. Juntas, elas impõem um desafio sensorial ao paladar, pois a soma das sensações provocadas por elas causa desconforto, isto é, o cérebro entende o resultado desta operação como uma sensação de incômodo. A proposta é realmente essa – incomodar”, finalizou Juliane.

Confira o texto do manifesto na integra, que vem escrito nas embalagens das cervejas do kit SadoMasoQuista: 

Criar uma marca do zero em qualquer seguimento no Brasil é uma tarefa árdua. As oscilações da economia no mercado brasileiro tornam a tarefa de empreender um desafio enorme.

Em 2015, por meio da pesquisa de Demografia das Empresas o IBGE apresentou que 60% das empresas com pouco mais de 5 anos fecham suas portas. Segundo o instituto das 733,6 mil empresas abertas em 2010, somente 277,2 mil – 37,8% do total sobreviveram até 2015.

Em Janeiro de 2019, o Boa Vista divulgou uma pesquisa apontando que em 2018, 96,5% das empresas do país que entraram em processo de falência eram Pequenas Empresas. Pequenas Empresas que nunca poderão ser grandes, pois acabaram antes.

O cenário da produção de cerveja no Brasil é ainda mais dramático no que concerne os desafios de crescimento. A carga tributária é responsável por até 60% do preço final do produto.
Impostos que incidem sobre a cerveja:

PIS – tabelado por litro/garrafa
Cofins – tabelado por litro/garrafa
IPI – tabelado por litro/garrafa
ICMS – percentual que varia de estado para estado
ICMS-ST (Substituição Tributária) – percentual que varia de estado para estado
Ampara – Fundo de Proteção e Amparo social do RS
IPRJ – imposto de renda para pessoas jurídicas
CSSL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

O ICMS-ST, a chamada Substituição Tributária, no preço de venda, faz com que o mesmo produto tenha tabelas diferentes para cada um dos estados aonde a empresa comercializa a cerveja. Misturando isso a um universo competitivo, em que as grandes redes tem lojas e centros de entregas em vários estados diferentes torna-se uma engenharia e tanto fazer a conta fechar positiva, e ainda permitir a venda para o consumidor.

Seja por Pauta ou Margem de Valor Agregado (MVA) o empresario tem como o maior corrente de mercado as taxas de impostos. Isso acontece pois o produtor é forçado a pagar a tributação pela cadeia inteira, muitos desses impostos são pagos antes mesmo do produto sair da fábrica, ou seja, bem antes da empresa receber pela venda.

Além do vergonhoso custo tributário, não podemos menosprezar o alto custo logístico, intensificado pelas estradas em más condições; além das inúmeras burocracias para registros e liberação de alvarás e a oscilação cambial.

Diante disso, ainda existem poucos fornecedores, custos elevados de equipamentos principalmente comparado a países como EUA e países Europeus onde o fomento dos negócios no segmento recebem uma atenção muito maior. Sem dúvida, a lista é grande.

O resumo desta história é o mesmo para quase todas as cervejarias, trocando apenas alguns personagens. Enfrentar e superar tudo isso é digno de ser chamado de Sadomasoquista, pois apenas gostando de uma dose extra de sofrimento para escolher esse mercado para investir.

É exatamente esse o nome da cerveja, ou melhor das cervejas, que a Cervejaria Heilige produz para celebrar os 10 anos, e sua trajetória de crescimento no mercado Craft. São 3 cervejas: uma ácida, uma picante e uma extremamente carbonatada. Separadas elas são ótimas, e lembram a parte boa de quem faz o que gosta com dedicação e capricho. Juntas elas são um desafio sensorial ao paladar, pois a soma das sensações provocadas pelas 3 causam desconforto. A proposta é realmente essa – Incomodar.

São dez anos de historia da Cervejaria Heilige, de luta constante para levar ao publico um produto de qualidade que justifique passar por todos esses perrengues de quem empreende no Brasil, e a Cervejaria Heilige não quer deixar passar esse momento sem levantar essa bandeira. Não tem romantismo no universo da cerveja. Tem muito esforço e tem historias para contar, e por querer seguir em frente é que esse lançamento vem para desconcertar, tirar do lugar e levantar a discussão.

Com tudo isso a Heilige fez muito nesses 10 anos! Imagina aonde nós, e todas as marcas de cerveja especial, que compõe o mercado nacional de cerveja, vamos chegar se esse cenário for melhor? Seguimos. Vida longa a cerveja especial, vida longa para todos nós para ver o que vem por ai!

ALL TOGETHER: UMA VISÃO DO BRASIL 4 MESES DEPOIS

#DiárioDaQuarentena

Um projeto que vem se destacando no meio cervejeiro durante a quarentena provocada pela Covid19 é o All Together – “Todos Juntos”, em português. Esta ação foi idealizada pela cervejaria norte-americana Other Half para ajudar profissionas que foram afetados pelo fechamento e/ou redução das atividades em bares, taprooms e demais estabelecimentos no ramo. No final de março, a Other Half compartilhou pela internet receita e rótulo da All Togther; qualquer pessoa pode baixar e fazer sua cerveja seguindo essas informações, porém deve se comprometer em reverter parte do lucro em prol de bartenders, garçonetes, garçons, sommeliers, cervejeiros/as, músicos, musicistas e demais colaboradores/as que tiveram trabalho e renda reduzidos em face da pandemia.

Apesar do reconhecido sucesso do All Together, é incerto precisar em níveis mundial e nacional quantas cervejarias efetivamente aderiram à empreitada. O site do projeto mostra em sua interface um mapa com a localização de 855 cervejarias participantes espalhadas por 53 países diferentes; 16 delas funcionam no Brasil. Entretanto, quem segue a atividade das cervejarias brasileiras sabe que existe uma discrepância entre estas informações e a oferta nacional de rótulos “All Together”. EverBrew (Santos-SP), Dogma (São Paulo), BrewLab (Rio de Janeiro) Trilha (São Paulo), e Koala San Brew (Belo Horizonte) são exemplos de cervejarias conhecidas que engajaram no projeto All Together, porém não figuram no mapa; se buscarmos por cervejarias caseiras este número tende a crescer, comprovando que é uma missão difícil contabilizar todas as participantes.

Na tentativa de dirimir esta questão, o Blog Lupulado usou a ferramenta disponível no site do projeto All Togetter para entrar em contato com os organizadores. Fomos atendidos de forma bem amável e solícita por Amy Burns, membro da Stout Collective, estúdio especializado na produção de conteúdo para cervejarias que é parceiro da Other Half neste projeto, criando o design do rótulo da All Together. “É impossível, para nós, rastrear com precisão todas as cervejarias; certamente, sempre existem outras que estão participando. Nós listamos apenas aquelas que se inscrevem através do website do nosso projeto; colocamos todas informações conforme solicitado pela cervejaria”, disse Amy. “Por outro lado, é uma noticia muito boa saber que existe esta adesão ao nosso projeto no Brasil e esperamos que esteja realmente ajudando as pessoas afetadas pela pandemia. Muito obrigada pela parceria e suporte das cervejarias brasileiras! Somos realmente agradecidos! O projeto decolou no mundo todo e isto é ótimo de ver”, complementou.

Mapa no site do projeto All Together, com a localização das cervejarias no Brasil.

No estado da Bahia, apenas a cervejaria cigana MinduBier (Salvador) aparece no mapa acima; entretanto, o Blog apurou que, além da Mindu, a cervejaria caseira HopDevils HomeBrewing (Jacobina) está com o lançamento engatilhado da sua All Together. “Nós fizemos a inscrição e o mapa da All Together já se encontra atualizado com a nossa participação. A cerveja foi envasada ontem; acredito que na semana que vem a All Together da Mindu já estará disponível”, disse o cervejeiro da MinduBier, Gustavo Martins. Já o cervejeiro da HopDevils HomeBrewing, Pedro Dourado, revelou que sua All Together estará pronta em 20 dias.

Primeira mão: All Together da MindBier pronta para lançamento.

Provando All Together

O Blog Lupulado fez a prova de quatro cervejas nacionais All Together, que estão disponíveis em Salvador. Duas delas figuram no mapa: a produzida pela Locals, Only (São Carlos-SP) e a colab feita por Japas (São Paulo) e Narcose (Capão da Canoa-RS); já as outras duas não aparecem, lançadas respectivamente por EverBrew e Octopus (Rio de Janeiro). Especialmente no aspecto visual e aroma, fica nítido que estas cervejas são bem parecidas em função do estilo comum (NE IPA) e logicamente por partirem da mesma receita. Porém, o trabalho  seminal dos cervejeiros da Other Half dá margem para criatividade das cervejarias parceiras. “Criamos uma receita mais simples, que utiliza uma base de maltes de custo relativamente baixo e lúpulos mais disponíveis pelo mundo; na verdade são duas receitas, que podem ser utilizadas respectivamente na brassagem de cervejas West Coast IPA e New England IPA”, explicou o cervejeiro Sam Richardson, que fundou a Other Half junto dos colegas Matt Monahan e Andrew Burman, no Brooklin, Nova York, em 2014. Alguns registros que encontramos de outras All Together pelo mundo sinalizam brechas para criatividade de cervejeiros/as parceiros na hora de executar a receita, fugindo um pouco das características desses estilos; são os casos, por exemplo, da Session IPA da Lervig (Noruega) e da Imperial IPA da Modist Brewing Company (Estados Unidos), que é o segundo rotulo desta cervejaria feito dentro da proposta All Together.

Joílson, colaborador na Vitrine da Cerveja, exibe a lata da All Togerther Jappas/Narcose

A colaborativa feita pela Japas e Narcose apresenta aroma carregado de notas cítricas, com proeminência do Maracujá. Cor dourada, visual límpido, sem resíduos e boa formação de espuma. Na boca, sabor marcante do maracujá, baixo amargor (IBU N/A) e um pouco licorosa apesar do teor alcoólico não ser tão alto (ABV 6%). “A Jappas e a Narcose nos orientaram a reverter parte do valor arrecadado com a venda desta cerveja para meus colaboradores aqui da loja; é o que vamos fazer”, disse o diretor comercial da Vitrine da Cerveja, Claiton Santos.

All Together da Jappas e Narcose.

Já a All Together da Locals, Only mostra cor e formação de espuma bem semelhantes à cerveja da Japas e Narcose, porém com resíduos visíveis de aveia. O aroma também é cítrico, mas sem a proeminência do maracujá. Baixo amargor (IBU N/A), corpo macio e menos licorosidade apesar de levemente mais alcoólica que a Jappas/Narcose (ABV 6,2%). Disponível na Vitrine da Cerveja, em Salvador.

All Together da Locals, Only.

A cerveja da Everbrew traz aroma de frutas tropicais, como abacaxi e melão, espuma cremosa, cor amarela e a turbidez típica das NE IPAs. Corpo sedoso, teor alcoólico ligeiramente mais elevado que as anteriores (ABV 6,5) e amargor mais acentuado (IBU 60%); entrega uma combinação muito bem equilibrada entre suculência (juicyness) e amargor. Em sua conta no site de redes sociais Untapdd, a cervejaria EverBrew anunciou que irá reverter parte do valor arrecadado em prol dos músicos que tocam na casa. Também encontrada na Vitrine da Cerveja.

Growler com All Together da Everbrew.

Por fim, a All Together da cervejaria Octopus também apresenta no aroma o perfil cítrico, com notas de melão bem presentes e também um toque gramíneo, traduzindo uma das marcas da interferênciai novadora na receita original; este procedimento é sinalizado pela própria cervejaria Octopus. Na parte visual, apresenta espuma cremosa e a turbidez característica dos estilos NE IPA, porém mais acentuada que nos casos anteriores. Na boca, entrega notas de melão, um corpo sedoso e amargor moderado, com leves notas picantes e condimentadas, revelando mais traços da criatividade da Octopus na elaboração da sua All Together. Disponível no site Cerveja Salvador.

All Together da cervejaria Octopus.

 

“Pacotin” de Minas: cervejaria mineira investe em 4-PACK de IPAs

#diáriodaquarentena

Seguindo a dica do amigo Nélio Castro, do canal Bebendo com Amigos, resolvi testar durante a quarentena o 4-pack de IPAS em latas de 473ml oferecido pela cervejaria Prússia Bier, que fica na pequena cidade de São Gonçalo do Rio Abaixo, distante 80 km da capital de Minas Gerais, Belo Horizonte. O nome é uma referência ao Reino da Prússia, que antigamente ocupava uma região histórica da Europa, onde hoje estão países expoentes na cultura cervejeira, como Alemanha, Bélgica, República Tcheca, dentre outros. Este 4-pack da Prússia custa apenas R$49,90 e pode ser enviado para todo Brasil.

Os quatro estilos de IPA que compõem o 4-PACK criado pela cervejaria Prússia Bier.

A origem do conceito 4-pack de cervejas é um tanto incerta; segundo o jornal Boston Globe, remonta a 2013, quando pessoas formaram filas em frente da famosa cervejaria The Alchemist, na região de Vermont, Estados Unidos, para comprar a IPA Heady Topper, o primeiro rótulo vendido no formato 4-pack. Esta ação acabou criando um padrão para venda de cerveja, justamente o 4-pack, que na época gerou expectativas no público cervejeiro sobre futuros lançamentos da The Alchemist, envolvendo estilos típicos do estado Vermont, como Juicy, Hazy e New England IPAs dentre deste conceito. Esta passagem fez muitas cervejarias artesanais abaronarem o tradicional formato de 6-pack e partirem para o 4-pack com latas de 473ml, que nos EUA equivale à medida 16-ounce (fl. oz). Ainda de acordo com o jornal, o 4-pack com latas de 473ml também serve para diferenciar o produto das microcervejarias artesanais do formato tradicional adotado pelas cervejarias industriais, que é o pack de 6 latas de 355ml ou 12 fl.oz. Além disto, as latas maiores são visualmente mais atraentes e oferecem mais espaço para a marca ou para criação de trabalhos artísticos.

Abrindo o 4-pack

A cervejaria Prússia Bier surgiu no ano de 2014, em Minas Gerais, pela mão de três amigos, que se tornaram sócios: Douglas Vidal (sócio-proprietário e gerente comercial), Fernando Carvalho (diretor executivo e mestre cervejeiro) e Railton Vidal (gerente de logística). Além das cervejas que compõem este 4-pack, a Prússia tem outros rótulos de linha. “O nosso 4-pack chegou para ficar; é um produto de linha, tanto que a ideia é pegar as nossas outras cervejas e trazer para este formato. Ao longo do ano, teremos o lançamento de outros 4-pack com rótulos sazonais”, disse Fernando Carvalho.

4-Pack de IPAs enviado de Minas Gerais pela Prússia Bier chegou em Salvador cerca de 15 dias depois da compra.

“Quando a gente começou a estudar o mercado de latas para entender o que o consumidor estava buscando e as novas tendências, nós identificamos que era mais interessante um formato menor, como o 4-pack, vendido por valor mais adequado”, contou Fernando. “Ao mesmo tempo, com o nosso 4-pack o cliente pode ter uma experiência mais completa com a marca e com as IPAS, em detrimento a outros pacotes que oferecem a mesma cerveja; desta forma fica mais fácil o consumidor perceber qual sua preferência. No final das contas acaba sendo uma boa experiência tanto para o consumidor quanto para nós, considerando os feedbacks que recebemos”, complementou.

A primeira cerveja degustada foi a Fake IPA.  Uma Session IPA com adição de aveia, que justifica seu visual um pouco turvo. A principal característica desta cerveja remeteu ao contraste criado pela receita entre aroma e amargor; o dry-hopping de lúpulos Azacca, Citra e Amarillo proporcionou aroma acentuado de frutas amarelas, causando logo expectativa por aquela bomba de amargor, mas que foi desfeita após o gole, com maciez na sensação de boca e baixo amargor. Por ser uma cerveja leve, muito aromática, com baixos teor alcoólico e amargor (4,1%ABV e 30 IBU), pode ser uma boa opção para paladares iniciantes no universo das cervejas artesanais.

A Brut IPA De Boa na Lagoa foi o segundo rótulo da degustação. A cerveja trouxe várias referências aos espumantes, como a secura, notas de uva no aroma, formação de bolhas e espuma. Feita com lúpulos Centennial, Citra e Simcoe, a cerveja apresentou amargor moderado (23 IBU) e teor alcoólico elevado (7,1%), porém com pouca licorosidade e sem viscosidade na sensação de boca.

A terceira cerveja da sequencia foi também a mais apreciada: a Newbie. Trata-se de uma NE IPA com um aroma potente de frutas tropicais, entregando abacaxi no primeiro plano, seguido de notas de laranja e kiwi. Coloração amarela, turbidez provocada pela adição de aveia, corpo sedoso e sem resíduos. Teor alcoólico (6,5%ABV) e amargor (45 IBU) acentuados, que somados ao aroma frutado resultou em excelente drinkabilidade.

A última cerveja da degustação foi o carro-chefe da Prússia Bier: a English IPA. Um típico exemplar deste estilo que, via de regra, utilizou lúpulos ingleses e malte de caramelo, proporcionando aroma floral e amargor acentuado(55 IBU e 6,5% ABV). Cor acobreada, visual límpido, gosto caramelado e corpo médio marcam esta cerveja, que foi premiada na Copa Cervezas de América de 2017.

O 4-pack da Prússia Bier pode ser comprado pelo preço promocional (R$ 49,90) via hotsite até o próximo dia 15 de junho. Além das cervejas, pacote inclui um livro com receitas para harmonização. O Blog Lupulado apurou que, em breve, as cervejas da Prússia Bier estarão disponíveis para todo os estado da Bahia no site Cerveja Salvador.

 

 

 

 

O sabor que veio do sul: Em tempos de liberdade restrita, beba Freedom

#DiárioDaQuarentena #Covid-19

Liberdade é um desejo hipodérmico do ser humano e também um direito garantido por lei no Brasil. Infelizmente, nas últimas semanas, a nossa liberdade tem sofrido restrições por conta da pandemia da COVID-19. Para amenizar um pouco meu isolamento social, resolvi escrever sobre uma das minhas cervejas preferidas e que traz “liberdade” no nome: Freedom, que significa liberdade em inglês.

A Freedom é uma American India Pale Ale produzida pela cervejaria gaúcha Vintage Craft Beer, situada em Porto Alegre – RS.  Por outro lado, o nome da cerveja faz uma referência ao rock. “Aqui na empresa só toca rock and roll; e dos mais antigos, como Creedence, Johnny Cash e o maior guitarrista de todos os tempos: Jimi Hendrix. No caso da nossa cerveja, Freedom é uma homenagem à música que Jimi Hendrix escreveu e gravou poucos meses antes de morrer”, explicou Eduardo, cervejeiro da Vintage.

Growler com Freedom, American IPA da Vintage Craft Beer.

Esta cerveja chama atenção por diversos aspectos. Primeiro, pela facilidade com pode ser encontrada em Salvador; segundo, pelo seu preço, bem em conta em comparação à outras cervejas que veem de longe. Por exemplo, a lata de 473ml custa entre 25-28 reais nas lojas online Cerveja Salvador e Vitrine da Cerveja, que também vende o litro do chope Freedom por 45 reais. (Nota: não custa lembrar que ambos os estabelecimentos estão operando com delivery de cerveja e chopp nestes dias de quarentena!). “É a cerveja mais vendida da loja. Posso te dizer que é nossa torneira fixa”, disse o diretor comercial da Vitrine da Cerveja, Claiton Santos, lembrando que, certa vez ,a Freedom foi embarrilada na terça-feira, em Porto Alegre, e no sábado as/os clientes já estavam provando a cerveja, na loja, em Salvador. “Ficamos muitos felizes em saber que a cerva tem boa aceitação aí em Salvador. O fato do chope chegar sempre fresco é também mérito da loja, pois sempre que um lote está ficando pronto ela já compra em boa quantidade”, disse Eduardo. Já diretor comercial da loja Cerveja Salvador, Alex Pires, destacou a presteza no atendimento do pessoal da cervejaria Vintage. “Eles foram muito atenciosos com a gente e entregaram o pedido com agilidade considerável. A Vintage foi destaque do nosso Clube, em março, com a Freedom integrando a seleção de rótulos do mês passado”, destacou Alex.

Lata com Freedom da Vintage Craft Beer

O terceiro aspecto que a Freedom se destaca , claro, reside na qualidade da cerveja. A prova foi feita de duas formas: primeiro degustamos a cerveja na lata para, em seguida, partir para o chope servido em growler. Em linhas gerais, a Freedom entrega aquilo que se espera de uma boa American IPA: aroma floral, bem lupulada, amarga e seca. A cerveja em lata, além do aroma floral, apresentou também notas cítricas, que não ficaram tão perceptíveis no chope. “Após o envase, as nossas latas ficam armazenadas na câmara fria até a hora do envio para o cliente, visando garantir maior frescor. Isto pode ter ocorrido porque aumentamos um pouco mais a carbonatação da cerva antes do envase, o que pode resultar em uma percepção mais ácida ou cítrica da bebida”, revelou Eduardo.

Além do aroma floral e cítrico, nas duas situações a Freedom apresentou coloração de cobre e um visual bem límpido. Na boca, uma sensação macia, corpo médio, além do amargor intenso (IBU 62) e equilibrado, combinado ao final seco característico do estilo American IPA. Teor alcoólico moderado (6,2% ABV) e, no retrogosto, além de permanecer o tradicional amargor proporcionado pelos lúpulos americanos, pode-se perceber também algumas notas florais. “Utilizamos os lúpulos Comumbus, Citra, Cascade e El Dorado. A técnica que seguimos foi a late hopping, adição tardia, isto é, toda a lupulagem foi feita nos 30 minutos finais da fervura – 30min , 20 min, 10 min , 5 min”, finalizou Eduardo.

UTILIDADE PÚBLICA: Preparamos uma lista de delivery em Salvador para lupular sua missão de isolamento social

Última atualização: 26/03, às 09:07

Nestes tempos de quarentena por conta do novo corona vírus, o Blog Lupulado publica uma lista de lojas que fazem entrega em domicílio, o chamado delivery, de insumos e cerveja artesanal, na cidade de Salvador (algumas atendem Lauro de Freitas também). Este conteúdo estará em constante atualização, no intuito de facilitar a vida de seguidores e seguidoras, listando serviços úteis para produzir e beber cerveja artesanal em casa, contribuindo para que oatual momento de isolamento social, que é importante para o combater o surto do COVID-19, seja o menos difícil possível. Outra intenção com esta lista é estimular que pessoas comprem dos pequenos estabelecimentos voltados para nichos específicos como o mercado de cerveja artesanal; trata-se também de uma forma de contribuir para a economia local, ameaçada com a crise provocada pelo corona vírus.

Delivery de cerveja artesanal: Ajudando a manter a harmonia nos tempos de isolamento social

Existem quatro tipos de embalagem que chopes e cervejas artesanais são normalmente vendidos e entregues: growlers, garrafas, latas (que inclui também os crowlers), barril (neste caso é preciso ter equipamento como chopeira e cilindro de CO2). Abaixo segue a lista de lojas e serviços de entrega de insumos e cerveja artesanal. Alguns oferecem facilidades e promoções como descontos, entrega grátis, growlers descartáveis etc.

Loja

O que vai encontrar

Telefone/Whatsapp

Bahia Malte

Latas, garrafas, chope e insumos

(71) 3043-6359

Cerveja Salvador

Latas, chope e garrafas

(71) 99970-4327

Cervejaria Híbrida

Chope

(71) 98512-0466

Vitrine da Cerveja

Chope, latas e garrafas

(71) 2137-0669/ (71) 99235-4990 ou pelo site  Cerveja Salvador

Casa OLEC

Latas, garrafas, chope e insumos

(71) 98182-8183

Kombita

 Chope

Pedidos pelo site Cerveja Salvador

Chopp Shop

Chope

Pedidos pelo site Cerveja Salvador

Cervejaria Calundu Chope e garrafas (71) 98878-3020 / (71) 99105-8469 (71)/ 99609-1716
Choperia Salvador Chope (71) 99112-9794 ou(71) 99994-6362

Cervejaria 2 de Julho

Garrrafas

(71) 98867-4181

Cervejaria Proa

Chope

(71) 992266850

Cervejaria Mascarenhas

Chope e cerveja

(71) 988765475/ (71) 99701 4280/ (71) 99155 9206

Cervejaria MinduBier

Cerveja

(71) 99708 9440

 

Prestigie também as cervejas produzidas na Bahia.

Quatro Graus amplia série Comfort: Confira este lançamento na coluna #PegaVisão

No início de Janeiro, a cervejaria carioca Quatro Graus lançou o terceiro rótulo da sua série Comfort: a Triple Cream IPA. O primeiro rótulo da série foi a Comfort Double IPA; o segundo foi a Comfort Stout, uma RIS com adição de cacau e café.  “Os rótulos da série Comfort têm como premissa básica trazer bons sentimentos, boas lembranças e relaxamento. A proposta consiste em prover cervejas que não são tão potentes como os nossos rótulos mais conhecidos, por exemplo a Black Anthrax, mas que trazem muito sabor, textura e camadas em estilos já tradicionais.”, disse o cervejeiro da Quatro Graus, Marlos Monçores.

Salvador ao fundo e a Comfort Triple Cream IPA

Outro aspecto que chama atenção neste lançamento da Quatro Graus é o estilo, descrito como Triple Cream IPA, que não figura na style guideliness da BJCP. “Mesmo não sendo um estilo reconhecido, algumas cervejarias já usaram essa denominação, principalmente fora do Brasil. Gostamos de batizar nossas cervejas de acordo a sensação que cada uma delas nos traz, algo para além do estilo. Uma triple IPA nem sempre é cremosa e tem corpo aveludado. Esse foi o nosso foco na hora de preparar a receita e por isso colocamos no nome, deixando claro para todos e todas o que queremos de experiência”, explicou Marlos.

Testando a Comfort Triple Cream IPA  

A cerveja emanou aroma intenso, cítrico e frutado, com presença forte de frutas amarelas como melão, abacaxi e manga. Apresentou espuma cremosa e suculenta, além de coloração bem turva em função dos maltes e da adição de aveia. “Exato! Esta receita, especificamente, leva uma adição grande de aveia e isso contribui sim para sua turbidez e cor”, confirmou Monçores.

Visual turvo e a espuma cremosa da Comfort Triple Cream IPA

A Comfort Triple Cream IPA foi produzida com uma carga pesada de 5 lúpulos diferentes (Citra, Simcoe, El Dorado, Amarillo e Mosaic), que proporcionaram uma sensação de boca bem forte e aveludada. A cerveja também é bem alcoólica 10,2%, apesar desta característica não aparecer nos momentos do gole e do retrogosto; pelo contrário, o resultado é de fato uma sensação refrescante e de relaxamento.Um detalhe interessante é a informação relativa ao seu IBU; constava na lata a hastag #IBUisalie, que em inglês significa “IBU é uma mentira”. “De nada vale o IBU sem o contexto dos outros fatores, que interferem na degustação da cerveja. Por exemplo, temos cervejas super maltadas e com características bem doces, com mais de 150 IBU. Tem muita gente que acredita que IBU é a quantidade de amargor da cerveja e, por isso, preferimos dizer que IBU é uma mentira”, finalizou Marlos.

A Comfort Triple Cream IPA da Quatro Graus pode ser encontrada com certa facilidade, em latas, nas lojas online Bro’s Beer, Hop Hunters, Hop Pack Beer Shop e Hoppi;  chopp e lata em lojas físicas, dentre elas Beer Mind, Empório Santa Oliva, Craft Beer, Narreal (Rio de Janeiro) e Vitrine da Cerveja (Salvador).

Do feijão à cerveja: Irecê recebe sua primeira loja especializada em rótulos artesanais

Quem reside na região de Irecê ou viaja pela famosa “rota do feijão” na Bahia pode encontrar uma nova alternativa para adquirir cervejas artesanais. A loja Cervejaria Premium é a primeira do ramo a funcionar na região. Oferecendo desde rótulos internacionais, como a cerveja Guinness, passando por cervejarias nacionais (Invicta, Blondine, Baden Baden etc.), baianas (MinduBier, FeyhBier dentre outras) e locais (MM, Confraria Clandestina e Genuína Fulô), a carta da Premium é formada por 74 rótulos disponíveis em latas, garrafas e três torneiras.

Marcos Balisa, proprietário da Cervejaria Premiun.

“Sou daqui de Irecê, passei mais de vinte anos morando em São Paulo e Minas Gerais. Recentemente, decidi voltar para minha terra natal e percebi que cidade não tinha uma loja especializada em cerveja artesanal; foi aí que decidi criar a Cervejaria Premium”, disse o proprietário Marcos Balisa, que inaugurou a loja em agosto do ano passado. “Antes disso, era possível encontrar eventualmente uma ou outra cerveja artesanal disponível em bares ou restaurantes da região, até mesmo na Chapada Diamantina. Somos primeira loja do ramo a funcionar por aqui”, complementou.

Torneiras e parte dos rótulos disponíveis na Premiun.

Durante o tempo em que viveu fora da Bahia, Marcos buscou aperfeiçoar seu conhecimento provando e estudando rótulos de cervejarias famosas de São Paulo, como a Dogma, e internacionais, como a Guiness, uma de suas preferidas. “Ao montar o negócio, percebi que o grande público aqui de Irecê precisava de uma ‘cerveja de passagem’, isto é, aquela que atende o sujeito acostumado às marcas industriais, mas que nutre o desejo de beber as artesanais; por isso, entendi ser importante disponibilizar cervejas ‘puro malte’, como a Heineken e Einsenbahn, para ajudar na transição do paladar de iniciantes que pretendem migrar das cervejas comuns para as artesanais”, argumentou Balisa.

Visual da MarokIPA, criação da Cervejaria MM, de Barra do Mendes, região de Irecê.

O empresário ressaltou que a Premium possui também outras pretensões , por exemplo, servir de espaço para eventos locais ou mesmo para conversas e troca de experiências entre cervejeiros de Irecê e região. “Tem muita gente talentosa fazendo cerveja por aqui, como Fladio (Cervejaria MM), Breno (FuskIPA), Menandro (Confraria Clandestina) e Danilo (Genuína Fulô). A minha ideia é também criar um ambiente para reunir essa turma, fazer parcerias para disponibilizar as cervejas deles nas torneiras daqui” revelou Marcos, enquanto me apresentava provas dos chopps MarokaAPA e MarokIPA da MM, que estavam conectados; provamos também em garrafa a NE IPA e IPA com Galaxy da Confraria Clandestina

IPA com Galaxy, criação da Confraria Clandestina, de Irecê.

A cervejaria Premiun funciona na Avenida 1 de Janeiro número 448, em frente ao Mercadinho do Coração, no centro de Irecê, aberta de terça a domingo das 14h até o último cliente. Além da carta citada acima, a Premium oferece opções de harmonização como burguers, porções de mini-hamburguer, picanha, contra-filé dentre outros.

Lupulado sendo recebido por Marcos Balisa.

 

Pega Visão: Conheça dois novos rótulos da MinduBier

A semana que antecedeu as festas de final de ano foi celebrada com lançamento em dose dupla da cervejaria soteropolitana MinduBier. Conhecida pelo slogan “baianamente artesanal”, a Mindu lançou a Double New England IPA MinduHaze e a Russian Imperial Stout CumaRIS, com produção de 2.000 e 1.000 litros, respectivamente. “Hoje separamos nosso portfólio em rótulos de linha e sazonais. A MinduHaze e a CumaRIS são sazonais, enquanto a MinduIPA e Mindu Summer, por exemplo, são de linha, produzidas de forma ostensiva. O plano é ter todo mês pelo menos um lançamento sazonal”, disse o cervejeiro da Mindu, Gustavo Martins. O portfólio da cervejaria conta com outros rótulos exclusivos e colaborativos, dentre eles a conhecida MinduIPA, a MinduPils, MinduSummer, a Salted Caramel Peanut Cake, colab com a cervejaria 5 Elementos e recentemente premida no Slowbrew com a medalha de prata etc.

O cervejeiro da MinduBier, Gustavo Martins, apresentando suas duas novas criações: MinduHaze e CumaRIS.

A MinduHaze e a CumaRIS foram produzidas em uma parceria com a cervejaria Dádiva, em um modelo que vai além da já conhecida ciganagem. “A Dádiva contribui também com a equipe de vendas em toda a rede de clientes que a cervejaria possui. Desta forma, podemos distribuir as cervejas para diversos estados do Brasil”, revelou o Gustavo, que é autor destas receitas, exclusivas da MinduBier. “Esses dois rótulos vêm para mostrar para todo o Brasil do que somos capazes”, complementou o cervejeiro.

Rótulos da MinduBier: a conhecida MinduIPA e as sazonais MindHuaze e CumaRIS.

CumaRIS

Bem escura, cremosa, o aroma entrega a presença do cumaru logo no primeiro plano, seguido de notas de café, cacau e licuri. A sensação de boca é reforçada pelo acréscimo de lactose, deixando a cerveja bem encorpada. Aliado a esta composição, a CumaRIS traz alto amargor (80 IBU) e elevado teor alcoólico (12,5 %ABV). Por conta do estilo e da presença do licuri, a comparação com a LicuRIS, outra RIS do portfólio da Mindu, tornou-se inevitável. “São cervejas completamente diferentes. A LicuRIS é uma collab com as cervejarias Dádiva e Augustinos. Discutimos o grist juntos e a produção foi toda em colaboração. A LicuRIS tem como protagonista o licuri, nosso famoso coquinho do interior da Bahia. Já a CumaRIS é uma receita exclusiva da Mindu que traz o cumaru como ingrediente principal, além do cacau, café e, também, o licuri”, destacou Gustavo.

Visual da CumaRIS

MinduHaze

Já a MinduHaze, via de regra, apresenta a coloração turva típica das New England IPA. O aroma é marcante, frutado, cítrico, com forte presença de notas de maracujá e abacaxi. O primeiro gole revela amargor acentuado, causado pela carga de lúpulos utilizados e por conta do duplo dry-hop. Além deste amargor  (50 IBU), a MinduHaze também  apresenta considerável teor alcoólico (ABV 7,9%), justificando sua classificação como double imperial NE IPA.

Visual da MinduHaze

Um aspecto curioso foi a diferença no aroma da MinduHaze quando provamos esta cerveja em lata, oqual pareceu mais acentuado do que a servida na torneira. “Talvez o recipiente influencie de alguma forma, pois o liquido é o mesmo. Inclusive nem a CumaRIS e nem a MinduHaze foram pasteurizadas”, finalizou.

Turbidez da MinduHaze, típica do estilo NE IPA.

As duas novidades da MinduBier podem ser encontradas em latas e torneiras nos principais pontos de venda em Salvador, como as lojas Vitrine da Cerveja e Cerveja Salvador, além de outras casas especializadas  em cerveja artesanal pelo Brasil.