Um aspecto percebido na cultura cervejeira é a preferência de parte dos consumidores por cervejas servidas “na torneira”, que tecnicamente seriam mais “frescas”, isto é, produzidas e envasadas há pouco tempo, portanto não sofreram muito prejuízo em decorrência de condições de armazenamento e transporte. Desta forma, um barril conectado à torneira pode ser visto como mecanismo legitimador, atestando para o cervejeiro que aquela cerveja encontra-se fresca.
Em vez de comprar cerveja engarrafada, que eventualmente já teria sofrido impactos em função da estocagem, exposição à luz etc., o consumidor pode optar por adquirir a cerveja fresca diretamente das torneiras nos estabelecimentos comerciais. Para isto, ele dispõe de ferramentas especificas que facilitam consumir e transportar ; a mais famosa delas é o Growler, que já foi tópico em um post publicado ano passado aqui no Lupulado. Os Growlers são recipientes criados para que o cervejeiro armazene momentaneamente um ou dois litros de cerveja tirados da torneira, para levar e beber onde quiser. Nos últimos cinco anos, eles ganharam a companhia de um novo aliado nesta tarefa: o Crowler.
Deu sede? Crowler e o consumo de cerveja artesanal
A explicação para o nome Crowler é simples e técnica: Trata-se da síntese entre “can”, que significa “lata” em Inglês, e Growler. Nesta perspectiva, o Crowler não seria como um Growler de alumínio, mas latas que são enchidas e fechadas em minutos, sob demanda, que teriam a mesma finalidade para armazenamento e transporte de cerveja.
Enchendo o Crowler na torneira da Vitrine da Cerveja, em Salvador.
“A vantagem do Crowler é que você pode levar cerveja fresca da torneira para casa sem a necessidade de estar com o Growler em mãos. Para o proprietário do estabelecimento é indiferente (despachar em Growler ou Crowler), tanto faz. Porém o Growler tem um aspecto cultural mais interessante. O lado ruim é que muita gente esquece o Growler em casa quando chega aqui (no estabelecimento). Inclusive, teve uma época em que eu emprestava Growlers porque realmente a turma esquece de trazer; então, o Crowler aparece como antídoto para esta situação”, destacou o cervejeiro Claiton Santos, proprietário da “Vitrine da Cerveja”, estabelecimento que é referência no ramo de cervejas artesanais em Salvador.
Claiton Santos da Vitrine da Cerveja.
No vídeo a seguir, feito na Vitrine da Cerveja, registramos como é o processo de encher e fechar um Crowler.
Alguns apontamentos sobre o Crowler.
A máquina de fechar Crowlers custa em média 7 mil reais. Para o consumidor, cada lata sai por cerca de 4 reais, acrescidos ao custo da cerveja. Por conta da sua capacidade entre 500ml e 1000ml, os Crowlers facilitaram a vida do consumidor, que pode levar mais de um estilo de cerveja artesanal, diferente do que ocorre com os Growlers. Alguns Crowlers possuem ainda tampa com “boca” semelhante às tradicionais latinhas de alumínio; outros podem ser abertos em toda a dimensão da lata, otimizando as tarefas de servir e compartilhar a cerveja.
Estilo de lata com a boca totalmente aberta: Facilita nas tarefas de servir e compartilhar a cerveja
Os Crowlers possuem tamanho menor, maior portabilidade, são descartáveis e recicláveis. Além disso, eles são enchidos e fechados sob demanda, evitando que ocorra degradação da cerveja em função do estoque, como percebemos na situação do golpe de luz, ou ainda na entrada de oxigênio na garrafa. Sem falar que os Crowlers não possuem impedimento para acesso em determinados locais como ocorre em situações com recipientes de vidro, por exemplo, beber aquela cerveja artesanal fresquinha na piscina do condomínio ou do clube.
Faz algum tempo que o Vale do São Francisco deixou de ser conhecido apenas pelos vinhos que produz. A boa qualidade das cervejas feitas na região somada à agenda de eventos tratam da cultura cervejeira (festivais de cerveja artesanal, rodas de conversa com cervejeiros, workshops de análise sensorial com off-flavor e até mesmo um bloco de carnaval) contribuiram para aumentar o interesse do público local pelas cervejas artesanais geradas no vale. A seção “Cerveja do Mês” de fevereiro apresenta a Belicosa, uma American IPA feita em Petrolina pelos cervejeiros de panela Murilo Caldas e Marcos “Kiko” Vianna.
“O nome Belicosa tem sua origem no sentido de ‘bélico’, uma referência à ‘potência da cerveja’. Isso é pelo fato de, no momento de fazê-la, o dry-hop que a gente usa é de 6.2 gramas de lúpulo por litro. A nossa intenção era fazer uma cerveja no estilo que a gente gosta, uma IPA bem seca, com menos caramelo e mais frutada”, disse o cervejeiro Marcos Vianna. Desta maneira, a Belicosa consegue proporcionar um sabor mais cítrico do que adocicado, tornando-se uma IPA mais refrescante, sem deixar de ser intensa e bem equilibrada , ideal para regiões de clima muito quente como o Vale do São Francisco.
Marcos “Kiko” Vianna e a sua American IPA Belicosa.
O Lupulado testou a Belicosa em duas ocasiões: A primeira no Empório Saint-Anthony, logo após o envase na semana passada; a segunda aconteceu 4 dias depois. No intervalo, a cerveja permaneceu armazenada em um Growler (1L) sob refrigeração de 4 graus. A cerveja sofreu quase nenhuma alteração em função deste armazenamento e do transporte, apesar de ter percorrido uma distância pequena (5km). A única diferença percebida foi na espuma, que na segunda situação ficou um pouco mais densa frente a primeira.
A Belicosa apresentou uma cor acobreada e o corpo mais claro que normalmente apresentam outras American IPA, em decorrência do pouco uso de maltes especiais (apenas 5%). Outro fator que chamou atenção foi o teor alcoólico (ABV 7,3%), que pareceu bem escamoteado em meio ao aroma frutado e as notas cítricas no sabor. “Isto foi intencional na hora de elaborar a receita; a gente deixou tanto a cor e quanto teor alcoólico no limite que o estilo pede”, revelou Marcos.
Esta combinação resultou em uma cerveja bem equilibrada, com aroma intenso e refrescante, sabor frutado com notas cítricas que se espalham pela boca e permanecerem por alguns instantes após o gole. A Belicosa possui amargor médio para alto (IBU 58) e um gosto bem seco, que consegue se sobressair ao álcool.
A potência da Belicosa: refrescante e equilibrada.
Em abril de 2018, Belicosa recebeu os prêmios de Melhor IPA e Best of Show no único concurso promovido pela ACErvA- PE, núcleo do Vale do São Francisco. A cerveja pode ser encontrada nas torneiras do Empório Saint Anthony enquanto durar o estoque. Esta brassagem produziu 60 litros e o envase aconteceu no início da semana que passou.
Conhecida no cenário cervejeiro nacional por abrigar grandes cervejarias industriais, como a Bohemia e a Itaipava, a região serrana do Rio de Janeiro está se destacando também pela oferta de insumos. Além da famosa qualidade da água mineral proveniente de fontes localizadas em cidades como Friburgo, Guapimirin, Petrópolis e Teresópolis, produtores da serra estão cultivando lúpulo. A ampla maioria dos cervejeiros do Brasil costuma importar este insumo de países como Estados Unidos e Inglaterra; no entanto, a partir deste ano espera-se que esse público possa adquirir lúpulos cultivados em território nacional. De olho nesta tendência, cervejeiros fluminenses realizarão nos próximos dias 26 e 27 de janeiro, no Centro Cervejeiro da Serra, na Serra do Capim, em Teresópolis – RJ, o “1o Workshop Nacional de Plantio de Lúpulo”. O evento é estruturado em uma série de apresentações que discutirão aspectos sobre o cultivo do insumo no Brasil, envolvendo temas como “Aspectos agronômicos sobre o cultivo do lúpulo”, “A importância de um bom projeto de irrigação no plantio de lúpulo”, dentre outros (confira a programação completa e perfil dos facilitadores no final da matéria). As inscrições para o evento se esgotaram em poucas horas.
“O cultivo do Lúpulo é bem recente no Brasil. As primeiras mudas foram legalizadas pela MAPA em outubro e novembro de 2018, graças ao trabalho da Tereza Yoshiko (da Lúpulos Ninkasi, o primeiro viveiro autorizado para produção e comercialização de lúpulos no Brasil). É uma cultura nova e a tropicalização da planta está sendo muito boa”, afirmou a cervejeira Ana Pampillón, uma das organizadoras do workshop. Ana atua no ramo de cultivo de lúpulo desde 2018, trabalhando para aproximar o produtor do mercado de cervejas especiais. “A ideia deste workshop surgiu após nossa legalização (como produtores de lúpulo), pois tivemos muita procura de produtores, investidores, cervejarias etc. Resolvemos então realizar um evento para expor nossas ideias de modo mais prático e eficiente, ao lado de estudiosos que pudessem complementar nosso trabalho, e também criar uma rede de relacionamento entre produtores e cervejarias”, complementou.
Alguns lúpulos importados disponíveis no Lamas, loja especializada no centro do Rio de Janeiro. Foto: Luiz Adolfo Andrade
Como é sabido, o cultivo de lúpulo se relaciona à regiões com baixa temperatura e incidência solar propícia, como a Alemanha, Inglaterra, dentre outras. Ao ser indagada sobre quais tipos de lúpulo podem ser cultivados no Brasil, Ana Pampillón foi taxativa: “Por princípio, apenas aqueles legalizados e autorizados pelo MAPA”. Na Lúpulos Ninkasi, por exemplo, a maior produção tem sido de lúpulos Cascade (confira neste video).“O aumento e diversificação na produção de lúpulos certamente irá impactar a produção de cerveja no Brasil, pois teremos o diferencial de trabalharmos mais com lúpulo fresco, aproveitando melhor as caraterísticas físicas e químicas da flor. O clima temperado pode trazer mais colheitas, ao lado do chamado “Terroir”, isto é, o aroma do lúpulo passa a ter características do que está sendo plantado por perto. Por exemplo, em uma fazenda com vocação para goiaba, os lúpulos plantados por lá terão essas notas de goiaba e assim por diante”, concluiu Ana, destacando que já existem cervejarias fazendo de forma experimental cervejas com insumos 100% nacionais. O Lupulado apurou que a Cervejaria Búzios prepara para fevereiro deste ano a brassagem das duas primeiras cervejas que serão totalmente produzidas com insumos do Brasil: a “Brasilian Pale Ale” e a “8 horas Session IPA”, a ser feita com lúpulo fresco colhido em até oito horas antes da adição.
SÁBADO (26/01)
8:00h às 9:00h – Credenciamento no Centro Cervejeiro da Serra (Serra do Capim, Teresópolis-RJ)
9:00h às 9:30h – Abertura e apresentação do workshop. (Ana Cláudia Pampillón)
9:30h às 10:10h -A formação da Associação dos produtores de lúpulo do Brasil (APROLÚPULO). (Alexander Cruz)
10:20h às 11:00h – Principais cultivares. (Max Raffaele)
11:10h às 11:50h – Aspectos agronômicos sobre o cultivo do lúpulo. (Pablo Sotomayor)
12:00h às 12:40h – Viveiro, mudas e propagação de mudas. (Teresa Yoshiko)
12:50h às 14:50h – Almoço
15:00h às 15:30h – A importância de um bom projeto de irrigação no plantio de lúpulo. (José Hilário Cordeiro Neto)
15:40h às 16:40h – O panorama setorial cervejeiro no Brasil e perspectivas para o mercado de lúpulo. (Eduardo Fernandes Marcusso)
16:50h às 17:30h – Do Campo ao Copo – geração de valor do produto final. (Diego Gomes)
17:40h às 18:00h- Encerramento (Ana Cláudia Pampillón)
18:00h – Beer Break -Degustação na Micro
21:00h – Jantar harmonizado na fazenda com o Chef Gustavo Fonseca e o sommelier José Padilha
DOMINGO (27/01)
8:00h – Café da manhã especial
9:00h – Visita técnica na plantação de lúpulo (fazenda)
11:00h – Visita técnica no Viveiro do lúpulos Ninkasi
13:00h – Todos liberados
FACILITADORES:
EDUARDO FERNANDES MARCUSSO
Formado em Geografia pela UNESP/Campus Rio Claro, Mestre em Sustentabilidade na Gestão Ambiental pela UFSCar/Campus Sorocaba e Doutorando em Geografia pela UnB, com a tese intitulada de “Os Territórios da Cerveja”, é Sommelier de cervejas pelo Instituto da Cerveja e servidor público federal do MAPA, atuando na Coordenação Geral de Vinhos e Bebidas, tendo publicados diversos estudos sobre cerveja pelo ministério e na área acadêmica.
PABLO SOTOMAYOR
Cultiva lúpulos em uma área de aproximadamente 300 metros quadrados no quintal de sua casa em Brasília.O cultivo é orgânico e certificado pelo sistema participativo – OPAC Cerrado e vêm obtendo bons resultados de produtividade de qualidade. Algumas plantas chegam a produzir até 500g de lúpulo seco por colheita, e algumas já foram colhidas três vezes num período de 11 meses.Análises físico químicas realizadas em universidades apontam para um produto de qualidade, com homogeneidade na maturação das flores, alta concentração de ácidos alfa e de óleos essenciais. Em 2019 ampliará o cultivo para uma área de 4 mil metros quadrados.
ALEXANDER CREUZ
Formado em administração de empresas, pós graduado em marketing e finanças, técnico em agronegócio, produtor de lúpulos em Lages/SC (Lúpulos Serrana). Atual presidente de Associação Brasileira de Produtores de Lúpulo (APROLÚPULO)
MAX RAFFAELE
Formado na Universidade da Florida em engenharia civil e também em Biologia.Formado na Mercer College , Nova Jersey em agrimensura (topógrafo).Proprietário e presidente há 24anos da empresa A-1 Land Surveys (A1LS.com) nos EUA.Técnico em Cultivo de Lúpulo pela Universidade de Minnesota State. Técnico em Criação e Cultivo de Lúpulo no Gorst Valley Farms. Proprietário da empresa Hops Brasil com produção de Lúpulo na Lupulandia, Penha, SP. Sócio de HopSP com duas produções de lúpulo em São José de Rio Preto e Guzolandia (SP)
DIEGO GOMES
Engenheiro apaixonado pela indústria de transformação, pós graduado em gestão empresarial, defensor do crescimento da participação do setor secundário no PIB e no desenvolvimento da educação, Diego é mestre cervejeiro e malteiro formado pela Doemens Akademie na Alemanha. Iniciou sua jornada em cervejaria em janeiro 2002 atuando desde estagiário de manutenção a diretor industrial do Grupo Petrópolis. Atualmente é responsável pelo planejamento da estratégia das áreas de transformação do GP, liderando os executivos envolvidos pela construção da filosofia do “campo” ao “copo” dentro do Grupo Petrópolis.
TERESA YOSHIKO
Técnica em agropecuária formada pela UFF, atua há 26 anos na área agrícola. Proprietária do viveiro Ninkasi que tem capacidade de propagação de 10.000 mudas de lúpulo mensais, e o primeiro viveiro com certificado de registro para o cultivo de lúpulo no Brasil.
JOSÉ HILÁRIO CORDEIRO NETO
Técnico Agrícola formado pela Escola Técnica Federal de Rio Pomba em 2002. Curso de projetos e equipamento para irrigação Rain Bird em 2007.Trabalha com Irrigação desde 2004. (IRRIGAR SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO)
JOSÉ PADILHA
Sommelier de cervejas pela Doemens Akademie e Mestre em Estilos pelo Siebel Institute. Consultor de cervejarias, docente da Escola Superior de Cerveja e Malte, expert em cerveja da rede Zona Sul, apresentador da coluna Carta de Cerveja da Band News, head sommelier do The Beer Planet e jurado de concursos nacionais e internacionais.
GUSTAVO FONSECA
Carioca, cozinheiro com 12 anos de experiência, já trabalhou com chefs como Alex Atala, no premiado D.O.M..Formou-se em gastronomia em Buenos Aires, período em que trabalhou com cozinheiros de todo o mundo, adquirindo e trocando experiências com grandes profissionais.Hoje se dedica a seu trabalho autoral em menus degustação para eventos e restaurantes, além de produção e conteúdo de gastronomia para fotografia e televisão, como o “Perto do Fogo”, do chef Felipe Bronze para o canal GNT.
ANA CLÁUDIA PAMPILLÓN
Sommelier de cervejas pelo Instituto da Cerveja (ICB), cervejeira artesanal, turismóloga e coordenadora da Rota Cervejeira RJ. Atuante no mercado de cultivo do lúpulo desde o início de 2018 com o objetivo de aproximar o produtor de lúpulo ao mercado de cervejas especiais.
Belo Horizonte é capital do estado de Minas Gerais. Fundada em 1897, atualmente, possui cerca de 2,5 milhões de habitantes. Sua região metropolitana abarca 34 municípios, totalizando população de 6 milhões. Dentre essas cidades, que compõem a grande BH, está a pequena Nova Lima, com 95 mil habitantes. No universo cervejeiro, ela chama atenção por conta de uma lei municipal publicada em 2012, conhecida como “Pró-Artesão”, que regulamentou um programa para favorecer a produção artesanal de tecidos, cosméticos, cerâmica, alimentos e… cerveja! Em pesquisa publicada no ano de 2017, das 41 cervejarias registradas em Minas Gerais, 15 são estabelecidas na região de Nova Lima, elevando o município à alcunha de “cinturão da cevada”.
No mês de setembro de 2018, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, trilhou caminho semelhante ao sancionar a lei municipal 475/18, que já seguiu para publicação no diário municipal. O principal objetivo dessa lei é diminuir a burocracia para produção de cerveja, beneficiando sobretudo os chamados “cervejeiros de panela”. Com ela, fica permitida a produção de cerveja fora do complexo industrial de BH, favorecendo fábricas menores com até 720 mts2 e a instalação de Brewpubs – locais onde cervejeiros podem fabricar e vender sua própria produção. Ao portal da Prefeitura de Belo Horizonte, o prefeito Kalil declarou que esta lei vai promover diversos benefícios, como geração de empregos, criação de empresas e consequente recolhimento de mais impostos ao município, além contribuir para elevar BH ao patamar de importante pólo cervejeiro no país.“A Pró-Artesão é uma ferramenta interessante para viabilizar a produção de cerveja em áreas mais residenciais. A lógica dessa lei consiste em viabilizar a produção cerveja em locais menores e em zonas que não sejam distritos industriais. Porém é importante ressaltar que, mesmo com ela, permanecem as obrigações para a empresa, especialmente para conseguir registrar uma cervejaria, mesmo que caseira”, comentou Bruno Parreiras, cervejeiro na KÜD, umas das cervejarias instaladas em Nova Lima, município que serviu de inspiração para o prefeito Kalil sancionar a lei em BH.
Fábrica da cervejaria KÜD no bairro Jardim Canadá, em Nova Lima – MG.
Além da Lei Municipal “Pró – Artesão”, Nova Lima oferece também infraestrutura adequada para beneficiar pequenas cervejarias, como é o caso do Mercado Cervejeiro, no bairro Jardim Canadá.
“Para a gente é importante participar do Mercado Cervejeiro, especialmente aqui em Nova Lima onde existem varias cervejarias, grandes e pequenas, já instaladas. Somos uma cervejaria pequena, artesanal e relativamente nova, portanto este projeto é importante para nos associarmos a outras marcas já consolidadas no mercado, como a Capa Preta, Krug, Falke, dentre ouras cervejarias”, disse Leandro Neves, cervejeiro na Trinca, que ocupa um dos stands no Mercado Cervejeiro.
Tap wall do stand da Trinca no Mercado Cervejeiro
Leandro Neves cervejeiro na Trinca.
Kashmir da KÜD
A fábrica da cervejaria KÜD (sigla para Krieg Über Durst, em alemão “luta pela sede”) foi um dos locais visitados em Nova Lima. Um dos sócios e cervejeiros da cervejaria, Bruno Parreiras, fez as vezes de anfitrião e apresentou parte da história da KÜD e suas instalações no Bairro Jardim Canadá. “Somos um poucos mais velhos que a lei Pró-Artesão, ela não nos impactou. A gente começou a fazer cerveja em casa em 2008. A KÜD foi formalmente estabelecida em 2010, funcionando já como pequena indústria. Fomos a primeira cervejaria artesanal a nascer da ACERVA Mineira e a quinta microcervejaria de Belo Horizonte”, revelou.
Mão na Massa: cervejeiro trabalhando nos tanques da fábrica da KÜD para produzir os rótulos abaixo.
A área da fábrica da KÜD divide-se basicamente em três espaços principais. Os tanques apresentam uma característica peculiar: Todos foram batizados com os nomes de bandas de Rock, seguindo um dos conceitos adotados pela cervejaria.
“A KÜD nasceu para fazer outro tipo de cerveja, diferente das pilsen e outras cervejas mais leves. Somos inspirados na cultura cervejeira da Inglaterra; um dos nossos rótulos mais procurados é a Kashmir, uma IPA inspirada nas cervejas enviadas pelos ingleses para a Índia na época da colonização, que acabou introduzindo o estilo India Pale Ale”, destacou Parreiras.
A Kashmir é uma cerveja que busca resgatar as características originais do estilo inglês de India Pale Ale. Possui corpo avermelhado, espuma fina e cremosa; amargor médio (45 IBU) e razoável teor alcóolico (6,8% ABV), fazendo da Kashmir uma IPA que não agride o paladar, ideal para ser apreciada por mais tempo. A cerveja chamou a atenção também pelo aroma adocicado, com a presença marcante do caramelo.
Kashmir, um dos carros-chefes da cervejaria KÜD.
Ao final da visita, Bruno revelou desejo de expandir a KÜD para o Nordeste. “Estamos sempre abertos à parceiros no Nordeste. Por exemplo, a cerveja Capiroto, de Vitória da Conquista (Belgian Strong Ale da cervejaria cigana “Cerveja Adamantine”), foi produzida aqui fábrica. Estamos em busca de distribuidores para expandir nossa marca na região Nordeste”, finalizou o cervejeiro, ressaltando que a fábrica da KÜD possui atualmente capacidade de produção de até 30 mil litros.
As irmãs da Capa Preta e outras cervejas
Além da cervejaria KÜD, outros locais visitados foram: a famosa Cervejaria Wals, onde também funciona um BrewPub, que fica região de Olhos D’ àgua, bairro anexo à Nova Lima; as Tap Room das cervejarias Koala San Brew e Capa Preta, instaladas na região de Nova Lima.
Conhecida por suas cervejas de sabor forte e marcante, como a Melon Collie IPA, a Capa Preta chamou a atenção por conta de dois rótulos em especial: a Pina Colada e Euphoria Juice. O sommelier da Capa Preta, João Victor Galhardo (vídeo abaixo), classificou essas cervejas como “irmãs” porque utilizam a mesma base na receita, com a adição de insumos diferentes. A Euphoria Juice faturou a medalha de ouro e a Pina Colada ficou com a medalha de prata na última edição do World Beer Awards, categoria IPA Special.
Deliciosa Milkshake IPA Pina Colada.
O carro-chefe da Capa Preta é a Melon Collie IPA, mas a Euphoria Juice tem tido boa procura, informou João Victor. Na Bahia, pode-se encontrar alguns rótulos da Capa Preta no site Cerveja Salvador. A Pina Colada, por sua vez, só está disponível nas torneiras da Tap Room em Nova Lima. A Capa Preta fechou o ano com produção de 35 mil litros no ultimo mês.
Euphoria Juice
A primeira das irmãs da Capa Preta, a Euphoria Juice (7,0% ABV e 60 IBU), provada em lata e nas torneiras da Tap Room, apresentou corpo turvo, cor amarelo e opaco, espuma cremosa com bolhas finas, um pouco diferente das NE IPAs mais tradicionais. Alto amargor e aroma marcante com notas de lactose e aveia que sobram no final. Apesar do alto teor de ABV, o retrogosto sustenta mais o amargor dos lúpulos que o gosto de álcool.
Já a segunda irmã, a Pina Colada, provada em Growler e nas torneiras da Tap Room, adicionou notas de coco e abacaxi ao aroma de lactose e aveia típico da Euphoria Juice. O corpo turvo e opaco, a cor amarelo e a espuma cremosa permanecem os mesmos da irmão mais velha, a Euphoria Juice. O retrogosto, no entanto, traz ao paladar do cervejeiro notas marcantes de coco e críticas do Abacaxi. Recomenda-se seguir a experiência aconselhada pelo sommelier João Victor: Provar a Pina Colada logo depois da beber Euphoria Juice.
Com o sommelier João Victor e um dos socios da Capa Preta, André Bastos. .
Livin`The Dream, IPA da Koala San Brew
Coconut Grove, IPA da Kola San.
Taste Menu na Cervejaria Wals
Panorama da Cervejaria Wals
*Texto e fotos: Luiz Adolfo Andrade
** Esta matéria não seria possível sem ajuda especial de algumas pessoas. Ao amigo Fábio Stockler, pela disponibilidade e atenção para nos guiar entre esses locais em Belo Horizonte. Ao cervejeiro da São Sebastião, Daniel Balesteros, pela presteza em nos colocar em contato com todas essas cervejarias. Por um problema de navegação, infelizmente não conseguimos visitar a Fábrica da São Sebastião, na grande BH. Em nossa próxima visita à região, a São Sebastião será parada obrigatória!
A edição de dezembro de 2018 do Bazar da Praça, feira de rua realizada em Petrolina-PE, reservou uma novidade para os clientes além das roupas, acessórios e outros itens de vestuário expostos no local. Algumas cervejarias do Vale do São Francisco disponibilizaram rótulos para apreciação e, dentre eles, uma cerveja em especial chamou a atenção: a “Tirana”, uma New England India Pale Ale (NE IPA) produzida artesanalmente pela cervejaria Lunga’s Beer, localizada em Petrolina.
Produção do estilo NE IPA é algo que praticamente não existe no Vale do São Francisco, onde as cervejarias locais já desenvolveram estilos como Lager, Pilsen, IPA, Witbier, Rauchbier, Brown IPA, Stout etc. Segundo o cervejeiro da Lunga’s Beer, Pablo Ferreira, o principal obstáculo talvez seja o fato das receitas exigirem insumos mais difíceis de adquirir e que são usados em escalas maiores frente outros estilos. “Salvo alguma eventual experiência isolada de um cervejeiro de panela, acho que a Tirana é de fato a primeira NE IPA produzida aqui no Vale do São Francisco. Sou fascinado pela escola americana e pelos lúpulos daquele país. Por isso, fiquei decidido a tentar fazer uma cerveja dessas”, disse Pablo, que apontou a EvertMont, da cervejaria Everbrew, como sua New England IPA favorita.
Pablo Ferreira, cervejeiro da Lunga’s Beer, com a NE IPA Tirana
A origem do estilo NE IPA remonta a 1993, quando o cervejeiro Tod Mott brassou um IPA “agressivamente lupulada” para uma cervejaria chamada Harpoon Brewery, localizada na região da Nova Inglaterra (New England). Situada na costa leste dos Estados Unidos, a área envolve os estados de Connecticut, New Hampshire, Rhode Island, Maine, Massachusetts e Vermont. Neste estado, por sinal, é o berço da Heady Topper, comumente considerada a melhor NE IPA do mundo. “As New Elgland IPA procuram escapar das características tradicionais das West Coast IPAs, estilo criado na região da Califórnia, que carrega em si muitos traços da IPA inglesa, como malte caramelo, dulçor, etc. Tecnicamente, a carga de lúpulo nas NE IPAs é feita no final da fervura justamente para ter maior quantidade de sabor e aroma. Antes, os cervejeiros faziam adição no meio da fervura, o que hoje já sabemos que não funciona muito. Se o cervejeiro quiser prevalecer sabor e aroma é necessário fazer adições tardias, principalmente no final e na pós-fervura, com a cerveja já fria; em uma receita de New England IPA pode-se adicionar até 25 gramas por litro só de dry-hopping”, revelou Pablo.
Outro aspecto destacado pelo cervejeiro na produção da Tirana é o tipo de levedura utilizado na brassagem. “Na New England IPA são utilizados insumos que dão características mais frutadas. A levedura decanta menos seu conteúdo para baixo do fermentador, o que deixa a cerveja mais turva, um visual característico deste estilo. Assim, a turbidez ocorre tanto em função do lúpulo como também da levedura”, contou o cervejeiro da Lunga’s beer
Dissecando a Tirana
Para realizar a análise da New England IPA da Lunga’s Beer, provamos a cerveja em dois momentos distintos, afim de apurar ao máximo suas características sensoriais. O primeiro foi diretamente na torneira instalada no Bazar da Praça; o segundo foi realizado logo no dia seguinte, usando um growler para armazenar e transportar a bebida.
A Tirana apresentou as características típicas do estilo NE IPA, como a tradicional cor amarelada e turva, além da formação de espuma baixa, densa e cremosa. Amargor médio para alto (IBU 65) e o aroma com notas de mamão, melão, melancia, pêra e maracujá pareceram intensamente combinados, promovendo paladar com traços de trigo e aveia, amargor e suculência. O retrogosto bem seco e alcoólico (6,7% ABV), com alta presença de lúpulos que sobraram no final do gole. “Na NE IPA podemos adicionar adjuntos como malte de trigo, trigo em flocos, aveia e até centeio, que possuem uma carga de proteína maior, alterando a cor e elevando o corpo, deixando mais viscoso, pesado e licoroso no sentido da textura, não do álcool”, argumentou Pablo. O cervejeiro ainda destacou que os insumos necessários para brassar uma NE IPA ainda são caros e as receitas pedem uso em grande quantidade, limitando a demanda à cervejeiros que já consomem e pesquisam sobre o estilo. “Com a tirana, eu quis fazer uma New England IPA bem tradicional, até mesmo para apresentar o estilo a alguns cervejeiros do Vale do São Francisco. Depois que o público daqui estiver mais acostumado à NE IPA, pretendo colocar em práticas outras receitas nas quais inovamos um pouco mais para além do tradicional”, revelou.
Quando indagado sobre harmonização, Pablo mostrou-se um tanto cético. “Não gosto muito de harmonizar para não perder as características sensoriais que o estilo NE IPA oferece, como amargor, aroma frutado, refrescância e cremosidade. Porém, pode-se harmonizar com pratos fortes, tipo carne vermelha e de caça, bacon, hambúrguer, cheddar, comida mexicana e indiana”, concluiu Pablo. Outras informações sobre a Tirana e outros rótulos artesanais da Lunga’s Beer podem ser obtidas com o próprio cervejeiro através da conta da cervejaria no Instagram.
A Cervejaria Artesanal Old Chico, de Petrolina – PE, está oferecendo nesta semana a sua saborosa Samereiou nas torneiras do Empório Saint Anthony. Como o próprio nome sugere, esta cerveja é do estilo Summer Ale, com ABV 4,6% e IBU 32, corpo claro e espuma fina. O aroma combina herbal e floral, sendo levemente frutado e espuma com bolhas finas. “Este aroma é uma combinação lúpulos americanos e ingleses, que desenvolvemos a partir de testes realizados alguns meses atrás” disse Paulo Júnior, também conhecido como PJ, cervejeiro da Old Chico.
Paulo Júnior (PJ) cervejeiro da Old Chico.
A Samereiou é uma cerveja que dialoga com o clima quente, bem saborosa e refrescante. O baixo teor alcóolico e o amargor baixo para médio facilitam sua aceitação por paladares menos exigentes. O resultado final apresentou uma cerveja com boa drinkabilidade, versátil, ideal para ser apreciada por um bom tempo em um dia bem quente.
A cerveja Samereiou: Ideal para dias de calor.
“A base da cerveja possui dois maltes especiais, além dos lúpulos já mencionados. Usamos também uma levedura neutra para evitar um sabor mais ácido, permitindo que o consumidor aprecie a cerveja por mais tempo, por exemplo, por toda uma tarde. Conseguimos equilibrar um balanço entre álcool, malte e lúpulo, permitindo que o paladar não se canse muito na hora da apreciação. A Samereiou mostra para quem está começando a beber o que é uma cerveja de panela, a ideia é que o consumidor saia dela para outro estilo mais forte, uma IPA por exemplo, ajudando nesta passagem de nível”, contou PJ.
O Empório Saint Anthony possui pioneirismo no ramo de cervejas artesanais No Vale do São Francisco. Funcionando desde 2014 em Petrolina, o Saint Anthony foi o primeiro estabelecimento a trazer para a região rótulos de cervejarias como Dogma, Tupiniquim, Walls, Hocus Pocus, dentre outras. Atualmente, o Saint Anthony pretende aumentar a parceria com as cervejarias locais. “Estamos de portas abertas para as cervejarias da região lançarem suas cervejas por aqui. Até por conta deste pioneirismo, estamos sempre prontos para ajudar, tratando os cervejeiros do Vale do São Francisco como uma grande família”, disse Fernando Nascimento, proprietário do Empório Saint Anthony.
A Samereiou da Old Chico está disponível enquanto durar o estoque no Empório Saint Anthony, que fica na Avenida da Integração ao lado da Havan, em Petrolina. O pint custa R$ 9,90. Segundo Paulo Júnior, a Old Chico tem a pretensão de ser parceria dos pontos de venda, por isso é mais provável que o cervejeiro encontre os rótulos da cervejaria em locais como próprio Saint Anthony. No entanto, a Old Chico também recebe pedidos via grupo da cervejaria no WhatsApp e também pelo seu Instagram.
Para celebrar o lançamento deste empreendimento, os cervejeiros da Doutorado realizarão evento especial na sexta-feira (30) e no sábado (01) com sistema open bar e open food, em que o cliente é convidado a comer e beber à vontade. Para harmonizar com os rótulos tradicionais da cervejaria (Weiss, Session, APA e IPA), serão servidos burgers e espetinhos. “Nossa proposta é oferecer nossos rótulos para apreciação dentro de um ambiente bem aconchegante. Naturalmente, o foco do BrewPub será nas torneiras, mas serviremos também nossas cervejas em garrafa”, revelou um dos cervejeiros da Doutorado do Chopp, Rodrigo Videres. Bebidas não alcoólicas como água e refrigerante também estarão à disposição do público nos dias de lançamento.
Cervejeiros da Doutorado do Chopp Igor, Marcelo, Lúcyo, Rodrigo e Danilo (esq. para dir.) celebram lançamento de mais um projeto.
O BrewPub será instalado no espaço interno anexo à fabrica da Doutorado do Chopp, na Avenida da Integração número 1554 em Petrolina. Nos dois dias de lançamento, o sistema open bar e open food funcionará das 19h às 23h. O ingresso para cada noite custa 100 reais e pode ser adquirido por whatsapp (ver flyer acima) ou direct message através conta da cervejaria no Instagram. “Fazemos parte de um movimento que acreditamos ter grande potencial de crescimento. Nossa proposta é oferecer alternativas em dois sentidos: tanto para os cervejeiros mais exigentes, apreciadores de estilos como IPA e APA, quanto para os consumidores que desejam variar das marcas industriais, provando cervejas artesanais mais leves como Weiss e Session”, complementou Rodrigo.
A Doutorado do Chopp surgiu em Petrolina em 2012 pela mão de amigos médicos, que desejavam produzir cerveja artesanal. Depois de renovar o quadro de sócios, o grupo estabeleceu –se oficialmente como cervejaria em 2018. Neste ano, lançou sua fábrica em maio e, agora, estabelecerá seu BrewPub. “Começamos a fazer cerveja na cozinha de um dos sócios. A partir da infraestrutura que montamos, pretendemos duplicar nossa capacidade de produção em 2019”, finalizou Videres.
Pelo segundo ano consecutivo, o Festival de Cerveja Artesanal do Vale do São Francisco agitou o cenário dos apreciadores da bebida em Petrolina, Juazeiro e região. Considerando o sucesso de público e organização, o festival segue firme para sua terceira edição (2019) em busca de se consolidar como evento de referência para os cervejeiros no interior da Bahia e Pernambuco.
Por meio do sistema de “torneiras abertas”, os cervejeiros apreciaram à vontade 26 rótulos que variavam desde os estilos mais tradicionais, como pilsen, lager, IPA, dentre outros, até criações que adicionavam ingredientes como pitanga, manga, lactose etc. à cerveja. Para embalar os goles, aconteceram shows de rock com Dubaia, Temir Santos e Banda, além de um pocket show com a banda Dispersos, que levou o público ao delírio com a excelente apresentação.
Banda Dispersos foi uma grata surpresa no festival.
Outro momento especial no evento deste ano foi a brassagem aberta ao público de uma cerveja stout. Os presentes puderam acompanhar essa atividade coordenada pelo cervejeiro Igor Veras Silani, que respondia eventuais dúvidas e questionamentos.
Igor comanda a brassagem aberta ao público do festival.
Ao todo 18 cervejarias marcaram presença, algumas participando pela primeira vez de um festival como a Cabaret Beer. Formada pelos amigos petrolinenses Raffael, Brunno e Leonardo, a Cabaret trouxe dois estilos para o festival: uma Apa (ABV 5% e IBU 33) e uma Pale Ale (ABV 4,6% e IBU 21). Além de proporcionar uma confraternização entre amantes da bebida, o evento também serviu para as cervejarias apresentarem as suas inovações.
Leonardo e Raffael, cervejeiros na Cabaret.
Os cervejeiros Marcos (Kiko) e Murilo, por exemplo, elaboraram uma Sweet Stout (ABV 5,5% e IBU 30) levando em sua composição baunilha e lactose. “Usamos 5% da lactose nos últimos minutos da fervura, já a baunilha fizemos uma infusão em vodka por duas semanas e adicionamos nos últimos cinco dias da maturação”, nos contou Marcos relatando que a junção dos dois ingredientes garantiu um sabor especial à cerveja.
Marcos Vianna cervejeiro na Kiko & Murilo
Para o professor universitário Tarcísio Silva, a grande variedade de boas cervejas e estilos tornou o evento muito agradável para o apreciador de bons rótulos. “É a minha primeira vez neste festival e gostei bastante. Shows, comidas tudo muito bom. Percebi a qualidade e o cuidado de todos os cervejeiros em atender o público, dando explicações sobre as cervejas etc. Trata-se de um universo que só tem a crescer aqui na região”, afirmou.
Área do II Festival de Cerveja Artesanal do Vale do Sã na Chácara Milenium
Durante o evento, o público presente elegeu os três melhores rótulos oferecidos na segunda edição do festival. A cerveja vencedora foi a Porter Chocomenta (ABV 5,6 e IBU 40) da cervejaria Marimbondo Sam.
Felipe Zoby um dos cervejeiros da Maribondo Sam: A cervejaria foi a grande vencedora do evento
O segundo e o terceiro colocados na eleição foram duas confrarias femininas, respectivamente a Puro Is Malte, com uma ESB (ABV 5,6% e IBU 34), e a Buquê de Mandacaru, que ofereceu uma APA (ABV 6 % e IBU 42) com adição de pitanga.
Mulheres cervejeiras da Puro Is Malte: Vice – campeãs.
Cíntia e Vânia, cervejeiras na Buquê de Mandacaru: Terceira coloção no Festival.
Confira abaixo a relação das cervejarias e os rótulos presentes no II Fesival de Cerveja Artesanal do Vale do São Francsico:
A HausBier promoverá a quarta edição do Oktober Fest nos dias 20 e 21 deste mês em Petrolina – PE. Situada no centro da cidade, bem na margem do Rio são Francisco, a conhecida microcervejaria promete uma festa que combinará elementos culturais do sertão, como gastronomia e estilos de cerveja artesanal, à proposta do tradicional evento iniciado em Munique, na Alemanha, há mais de dois séculos atrás.
Projeto do lounge e stands das cervejarias para o Oktober Fest 2018 na HausBier. Fonte: Ubiratan Rios
Na edição de 2018, o cervejeiro poderá encontrar os tradicionais estilos da HausBier, como Pilsen, Lager e Schwarzbier, além da criação mais recente: o chopp American Lager. Paralelamente à esta oferta, outras cervejarias locais também disponibilizarão seus rótulos no evento, dentre elas a NaTora HmB, Maribondo Sam, Quimera, Vale Brewer, e Number´s Beer. Para harmonização, opções regionais e outros pratos recentemente inaugurados no cardápio da casa. “O evento proporcionou uma inovação na cena cervejeira do Vale do São Francisco, trazendo desde 2015 sabores e aromas tradicionais de uma festa alemã para a região. Além disso, ajudamos também no crescimento das cervejarias artesanais locais, que irão oferecer suas cervejas no evento”, disse o cervejeiro da HausBier Ubiratan Rios.
Chopp American Lager: Criação mais recente da Hausbier. Foto: Luiz Adolfo Andrade.
O cervejeiro da Maribondo Sam, Felipe Zoby, destacou que este tipo de evento incentiva o consumo e a produção de cerveja no Vale do São Francisco. “A Oktober Fest só tem a engrandecer o nosso sertão, pois traz para público novos estilos de cerveja ainda pouco difundidos aqui no Vale, ao mesmo tempo em que propaga a tão cultuada festa alemã, regada com bastante comida típica e muita cerveja artesanal”, afirmou. Zoby também enfatizou a parceria de outras cervejarias locais com a HausBier: “A HausBier sempre se manteve parceira e atenta aos anseios dos cervejeiros caseiros, incentivando nossa produção e nos apoiando nesses eventos”. A Maribondo Sam tem um ano de fundação e irá debutar no Oktober Fest 2018 com as cervejas Maribondo American Pale Ale e a Maribondo American India Pale Ale. Outras cervejarias locais, que já foram pauta no Lupulado, também irão participar; é o caso da NaTora HmB, com torneiras da Demônia (Brown IPA) e da Chacrett (Witbier) e da Quimera, trazendo a Camaleoa (APA) e Beer o’ Clock (ESB).
Projeto dos palcos para as atrações do Oktober Fest 2018. Fonte Ubiratan Rios.
A quarta edição do Okctober Fest da HausBier começa às 13 h do próximo sábado (20/10) e se estende até o domingo (21/10). A entrada é gratuita com cobrança de couvert destinada aos artistas da região que irão de apresentar (confira a programação aqui). O publico poderá comprar as cervejas através de fichas vendidas no evento, além de poder adquirir também o copo personalizado. A infraestrutura que está sendo montada na microcervejaria HausBier foi projetada para criar um ambiente agradável e diversificado com stands para as cervejarias, palco para shows, sofás, parque infantil e espaço gourmet.
Como ficará o espaço na HausBier durante o Oktober Fest 2018. Fonte: Ubiratan Rios.
Na próxima sexta-feira (5), os caminhões do projeto Food Truck na Estradaestacionarão pela primeira vez na orla nova de Juazeiro, próximo ao Vaporzinho, permanecendo até o domingo (7) e funcionando das 18h às 23h. O Food Truck na Estrada é um festival gastronômico e cultural itinerante criado no sul do país entre 2015 e 2016, que percorre estados do Brasil oferecendo harmonizações com hamburgueres e cervejas artesanais, além de shows de artistas das cidades por onde passam os caminhões. A entrada é gratuita. Somente nas últimas semanas, a frota percorreu municípios na região Norte, especialmente nos estados do Acre e Rondônia, e cidades na Bahia como Caetité, Bom Jesus da Lapa, Alagoinhas e Paulo Afonso. Ao todo, foram visitados 150 municípios em 13 estados.
Segundo empresa organizadora do festival, a Dooma Eventos, um dos objetivos do projeto é movimentar a economia de cada cidade por onde passam os caminhões. “Estima-se que 80% dos insumos necessários para o festival, além de toda estrutura que ele exige, são adquiridos no próprio município. Geramos também alguns empregos temporários nas funções de preparo, atendimento e limpeza, além consumirmos serviços locais, especialmente da rede hoteleira”, informaram os organizadores, por meio de release. “Estamos conhecendo e nos apaixonando pela Bahia. Chegamos agora em Juazeiro trazendo os melhores Food Truck da região Sul”, finalizaram.
No cardápio, são oferecidas outras opções além dos hamburgueres, dentre elas sanduíches temáticos com picanha ou costela, sobremesas gourmet como churros, sorvetes e chuvettes.
Para harmonização, cinco estilos de chopp produzidos pela cervejaria Dalla estarão conectados às torneiras: Weiss, Munich, IPA, Vinho e Diamante. Nesta carta, o chopp Diamante chama atenção por ser um estilo ainda pouco encontrado na região do Vale do São Francisco. A Dalla é uma microcervejaria baseada em Chapecó-SC, em operação desde 2011.
Além do Diamante, o chopp IPA é outro que chamava atenção, pois tradicionalmente é o que melhor harmoniza com hamburgueres artesanais. Durante os dias do Food Truck na estrada, o Lupulado estará na orla de juazeiro experimentando os rótulos da cervejaria Dalla e harmonizações com os sanduíches.
Serviço
Quando: 05 a 07 de outubro das 18h às 22 h
Onde: Orla Nova de Juazeiro, próximo ao Vaporzinho.