Lupulado no Mondial de La Biére Rio 2019.

Mais de 100 expositores, dentre eles cervejarias do Brasil e do exterior, participam da sétima edição do Mondial de La Bière, um dos maiores eventos cervejeiros do Brasil que acontece anualmente desde 2013. No total,  cerca de 1.080 cervejas de diversos estilos estão disponíveis para degustação. Dentre elas, 396 rótulos disputaram o MBeer Contest Brazil,  uma famosa competição interna feita a partir de uma avaliação às cegas.  Em 2019, a abertura do evento foi no último dia 04 e os trabalhos se estendem até hoje (08), ou seja, ainda dá tempo para visitar! As entradas custam R$50 (meia), R$ 100 (inteira), R$ 55 (com um quilo de alimento não perecível) e podem ser adquiridas na bilheteria a partir das 12h . A exemplo da última edição, o evento acontece nos armazéns 2, 3 e 4 no Pier Mauá, zona portuária do Rio.

O Blog Lupulado esteve no Mondial de la Bière Rio na quinta-feira (05). É impossível provar todos os rótulos disponíveis em um único dia, mesmo chegando logo na abertura dos portões, às 16h. Como de praxe, elaborei um roteiro buscando provar os rótulos premiados na edição do MBeer Contest Brazil 2019  além de degustar minhas cervejas preferidas.

A primeira parada foi no stand da Cervejaria Wonderland, que é parte americana, parte brasileira, e foi a grande vencedora do MBeer Brazil Contest  2019. Chegando lá, pude reencontrar a simpática Anna Lewis junto de seu marido, Chad Lewis, e de Pedro Fraga, que juntos integram o time de cervejeiros da Wonderland. Em 2018, a cervejaria foi uma das medalhistas de ouro no Mondial de La Bière Rio, com a Gone Mad; neste ano, a Wonderland faturou a medalha de Platina, o prêmio principal, com a Timeless Porter.

Pedro Fraga, Anna e Chad Lewis: cervejeiros da Wonderland, grande vencedora do MBeer Contest Brazil 2019,

A Timeless é uma cerveja no estilo American Porter, com lactose e caramelo, que sobressai no aroma e na sensação de boca; o retrogosto traz notas de café e chocolate. Possui 6,3% de ABV e 25 IBU, ou seja, amargor leve e o teor alcoólico um pouco maior que as tradicionais English Porter. “Sim o teor alcoólico é um pouco mais elevado que as Porter inglesas, mas não impõe uma percepção grande do álcool. Aliás, este é um dos motivos para classificar a Timeless dentro do estilo American Porter; a outra razão é a presença marcante do caramelo, escapando das características das English Porter”, disse Pedro Fraga.

A grande vencedora do Mondial de La Bière Rio 2019, Timeless Porter, com a medalha de platina

“Quase não inscrevemos a Timeless na competição deste ano, pois notei que nas últimas edições alguns estilos que estavam mais em voga, como a Catharina Sour, foram premiados. Esta medalha de platina traduz o esforço que a gente vem fazendo desde 2014, quando nos conhecemos. Investimos muito em receitas e testes para lançar oficialmente a Cervejaria Wonderland em 2018. Este prêmio representa um estágio a mais que a gente alcançou”, complementou Pedro.

Lucas Schuabb, da Thirsty Hawks exibindo a premiada Ovrebust

A minha segunda parada foi no stand da cervejaria Thirsty Hawks, de Niterói-RJ. O objetivo era provar a Ovrebust, umas das medalhistas de ouro do Mondial de La Bière Rio 2019. Trata-se de uma Juicy IPA razoavelmente alcoólica (6,7% ABV) e médio amargor (40 IBU), feita com uma das leveduras do momento, a Kveik. “A gente fica sempre atento às novas tendências e demandas. Com a receita da Ovrebrust, procuramos inovar no âmbito das New England usando a levedura Kveik, típica da Noruega. Na época dos testes era mais difícil de acha-la, mas aí com o tempo a gente conseguiu encontrar um volume que permitia produzir em larga escala”, disse Lucas Schuabb, um dos cervejeiros da Thirsty Hawks. Lucas revelou um aspecto inusitado: “a gente publicou uma foto da Ovrebust em nossa conta no Instagram. Aí apareceu uma família cervejeira norueguesa com o mesmo nome fazendo contato com a gente, querendo provar a nossa receita. Vamos mandar algumas Ovrebust para eles!”.

Fernando Cabaleiro, cervejeiro na BrewLab.

Outra cervejaria que vistei neste ano foi BrewLab, também de Niterói, que carrega em si um forte caráter experimental; prova disto é a sua série de New England Pale Ale chamada Haze Baze, estilo semelhante porém menos alcoólico e com menos amargor que as NEIPA. “Lançamos uma base para esta cerveja, produzimos 1.500 litros e criamos uma série de rótulos fazendo experimentações com adjuntos – manga, framboesa, côco etc. Foi uma estratégia para conseguir criar 6 cervejas diferentes usando a mesma produção”, revelou o cervejeiro da BrewLab, Fernando Cabaleiro.

Com o amigo Fabrizio Ruiz, cervejeiro da Farra Bier.

Não poderia deixar de visitar o stand da Cervejaria Farra Bier, um das minhas preferidas e que funciona na cidade do Rio de Janeiro. Provei a novidade El Colacho, uma Sour IPA bem alcoólica (8% ABV) e com médio amargor (55 IBU), que traz notas cítricas típicas do estilo Sour. Pude degustar ainda nas torneiras da Farra outras criações do cervejeiro Fabrízio Ruiz, como a NEIPA Holi, um dos meus rótulos preferidos.

Durante esta passagem pelo Mondial de Biére Rio 2019, visitei ainda o stand da cervejaria Overhop, onde experimentei outro rotulo vencedor da medalha de ouro, a Gravioh-la-la, uma Catharina Sour com adição de graviola. Passei ainda pelo stand da Three Monkeys, que também faturou a medalha de ouro com a Sour Ale “I´m Sour Baby”; entretanto, meu desejo foi matar a saudade de dois rótulos que aprecio bastante: a NE APA Galaxy Detox e a Strawberry Milk Way IPA, com lactose e morango.

Outro stand visitado foi o da cervejaria mineira Capa Preta, uma das minhas preferidas, onde provei mais uma vez a deliciosa NE IPA Pina Colada. Este rótulo utiliza a mesma base da Euphoria Juicy, mas só pode ser encontrada nas torneiras da TapRoom da Capa Preta em Belo Horizonte. Por fim, visitei o stand Du Pappi, do meu amigo Luiz Coqueiro, filho do mestre cervejeiro Laert Coqueiro, criador das Gotinhas Du Pappi. Luiz me apresentou seu lançamento: uma versão das gotinhas Du Pappi com aroma de Maracujá.

Infelizmente, como já disse, não deu para provar todos as cervejas em um só dia no Mondial, mas consegui encontrar todos os rótulos que pretendia. A única nota particularmente triste no Mondial de La Biére Rio 2019 foi a ausência de cervejarias do Nordeste do Brasil; ano passado, havia apenas a Ekaut, de Pernambuco, representando as cervejarias nordestinas. Neste ano, não encontrei uma sequer. Que venha o Mondial de La Bière Rio 2020 !

Flor do Umbuzeiro: Gravetero lança nova cerveja com adjunto original da Caatinga

A cervejaria Gravetero, vinculada aos trabalhadores da Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (COOPERCUC),  região do Sertão do São Francisco – BA, lançou novo rótulo da sua série de cervejas com a adição de Umbu, fruta típica do Semiárido Brasileiro. Trata-se da “Cerveja de Umbu Belgium Pale Ale”, que passa a integrar o catálogo da Gravetero ao lado a Saison Farmhouse de Umbu da Gravetero, que estampou a primeira matéria publicada no blog Lupulado.

“As nossas cervejas utilizam insumos e adjuntos de pequenos produtores, especialmente o Umbu; no caso da saison, a receita leva maltes fornecidos pelos pequenos produtores de Picada Café-RS, com o auxílio de uma cooperativa parceira, a Coopernatural. Já esta Belgium utiliza insumos e adjuntos produzidos na Bahia; procuramos apoiar os (sic.) catadeiros e catadeiras de Umbu da região de Canudos, Uauá e Curaçá, sempre respeitando a sociobiodiversidade da caatinga”, explicou o cervejeiro Emanuel Messias, responsável pelas cervejas de Umbu da Gravetero.

 

A Belgium Pale Ale entrega no aroma notas cítricas originais do Umbu, combinadas ao dulçor típico das cervejas belgas trapistas. Outro aspecto interessante é a sua espuma suave, formada por bolhas finas que remetem à outro aspecto semelhante percebido em cervejas trapista e abadia, que foram analisadas anteriormente aqui no blog. “Sempre gostei e apreciei a escola belga e suas cervejas, não apenas pela ousadia na criação de receitas, mas também pela inovação no uso de alguns adjuntos. Quando estou criando uma receita, pesquiso intensamente as variedades de lúpulos, maltes e leveduras, que possam estar dentro desses estilos”, revelou o cervejeiro.

Esta novidade da Gravetero apresentou também uma sensação de boca aveludada, cor acobreada e opaca, amargor médio (21 IBU) e razoável teor alcoólico (ABV 5,4) Como não poderia deixar de ser, a cerveja foi harmonizada com um bode assado típico do Vale do São Francisco. “Quando falamos em cervejas artesanais, sempre destacamos a possibilidade de percorrer uma imensa aventura sensorial. A escola belga se destaca pela criatividade e sabores complexos, sendo uma inspiração para mim; aí resolvi arriscar e inovar com adição de Umbu, uma fruta exclusiva do bioma caatinga”, finalizou Emanuel Messias.

 

A  Cerveja de Umbu Belgium Pale Ale” pode ser encontrada com certa facilidade nas lojas especializadas em cerveja artesanal, dentre elas: Empório do Vinho e Central da Caatinga (Juazeiro); Supermercado Regente, Lorena Conveniência, Casa do Vinho, Hotel Lazar e Mini-Mercado Frutos da Terra (Petrolina); Empório Castano e Quitanda do baianinha (Salvador); além das lojas da COOPERCUC em Uauá, Canudos e Curaçá.

Dia da Vaca

Mais um evento no formato “torneiras abertas” acontecerá em Salvador no próximo dia 06 de Julho. Trata-se do “Vaca Day”, nomeado em referência ao conhecido ícone da Seasons Craft Brewery. Estabelecida em 2010 na cidade de Porto Alegre, a cervejaria vai disponibilizar sete rótulos nas torneiras da Vitrine da Cerveja, conhecido reduto de cervejeiros e fãs de cervejas artesanais na capital da Bahia. O sistema será o mesmo adotado em outros eventos que aconteceram no local: torneiras abertas para degustação livre, das 14h às 17h, mediante pagamento do ingresso.

Holy Cow 2: Um dos rótulos confirmados nas torneiras durante o Vaca Day

“Foi um pedido da galera. Em nosso último evento open tap, o Dogma Day, fizemos uma pesquisa com os clientes para saber qual cervejaria eles gostariam que estivesse em nossas torneiras na próxima vez. Ganhou a Seasons!”, disse Claiton Santos, proprietário da Vitrine da Cerveja. “Estamos preparando uma tap list bem especial, incluindo a Vaca das Galáxias com Bergamota, uma cerveja que só sai uma vez por ano, e ainda uma surpresa que pretendo divulgar em breve”, revelou Claiton. Confira os cinco rótulos anunciados até agora para o “Vaca Day”:

1 –Vaca das Galáxias com Bergamota – Double IPA,

2 – Basilicow – WitBier com Manjericão

3 – Holy Cow 2 – West Coast IPA

4 – Green Cow – American IPA,

5 – Porter da Esperança- Porter,

Basilicow é outro rótulo confirmado nas torneiras da Vitrine da Cerveja

Para harmonizar com as cervejas da Seasons, o cervejeiro tem a opção de comprar petiscos preparados pela Chef Ana Abade, responsável pela Feijoada Premium Salvador. O som ficará por conta de Jeff Duque. Os ingressos do Vaca Day custam 90 reais (sócios do Clube do Chopp pagam 80 reais); podem ser comprados pela internet ou na loja física da Vitrine da Cerveja, situada na Alameda Benevento, 245, Edf.: Nel Center, 1o Andar, Pituba, Salvador.

Mais um festival na rota cervejeira do Vale

Aconteceu na última sexta-feira (03) a 3 Edição do Alpha Bier Festival, no condomínio Terras Alphaville, em Petrolina – PE. Da mesma forma que nas edições anteriores, cervejarias artesanais e cervejeiros de panela do Vale do São Francisco puderam expor seus rótulos para os moradores do condomínio e convidados. Cinco produtores de cerveja artesanal da região participaram do evento, expondo 16 rótulos diferentes servidos em torneiras e garrafas.

Público faz fila para experimentar os rótulos no III Alpha Bier

A Doutorado do Chopp, uma das maiores cervejarias artesanais da região, levou seus quatro rótulos tradicionais – Weiss, Session, APA e IPA. A NaTora HmB apresentou a versão em garrafa da Single Hop (APA), além da Chacrett (WitBier) e a Dêmonia (Brown IPA) nas torneiras. A Buquê de Mandacaru levou uma WitBier com limão Siciliano, também na torneira.

Cecilia (NaTora HmB) e Vânia (Buquê de Mandacaru).

A Maribondo Sam ofereceu em garrafa a Padim Cicerista (Abadia), nas torneiras uma NEIPA, uma Blonde Ale com laranja e a porter Chocomenta, que foi vencedora do II Festival de Cerveja Artesanal do Vale do São Francisco, realizado ano passado.

Wal Maribondo e Felipe Zoby (Maribondo Sam)

A Cervejaria Quincas disponibilizou nas torneiras uma Blond Ale; em garrafas uma WitBier e a Du Quincas, uma session IPA feita com extrato de lúpulo Du Pappi, tópico de um post que gerou grande repercussão aqui no Lupulado. “O público do festival aprovou a nossa Du Quincas; as garrafas se esgotaram em menos de duas horas! Pretendemos continuar experimentando nas próximas brassagens e seguir fazendo mais cervejas com extrato de lúpulo”, disse Ricardo Monteiro, cervejeiro na Quincas. (NOTA DO EDITOR: alguns dias atrás, durante uma resenha no Bahia Malte, famosa casa de insumos em Salvador, comentávamos sobre o uso de extrato de lúpulo na produção cervejeira. Foi lugar comum considerar que muitas cervejarias no Brasil recorrem ao extrato de lúpulo, afinal um dos seus principais benefícios seria a “perda zero” na hora da adição, que deste modo pode ser feita no envase. O Du Pappi é um mix de lúpulos de aroma e amargor; a fórmula, no entanto, permanece secreta. Porém, seria incrível se eles lançassem extratos trazendo apenas um tipo de lúpulo, especificado em cada frasco – extrato de mosaic, extrato de centennial, extrato de citra etc. Grato ao amigo Chico de BH e ao staff do Bahia Malte por esta conversa!).

Guilherme, Caio Petrus e Ricardo (Cervejaria Quincas)

A maioria das cervejas disponíveis no evento esgotou ao longo da noite, comprovando o sucesso da empreitada. “Na edição anterior, compareceu muito mais gente do que imaginávamos. O número de cervejarias participantes aumentou. No primeiro ano era apenas algumas mesas e cervejas para degustação. Ano passado estiveram aqui três cervejarias; nesta edição, entraram mais duas cervejarias, ampliando este número para cinco. Temos também mais opções de comida para harmonização”, comentou Wal Maribondo, cervejeiro na Maribondo Sam. Além da Hamburgueria 961, que esteve na edição anterior, neste ano os presentes puderam degustar a culinária árabe do Khabab. A música ao vivo ficou por conta da banda Dubaia.

Área do show com a banda Dubaia.

Para o administrador do condomínio Terras Alphaville de Petrolina, Yuri Leite, “um evento como este ajuda a aumentar a visibilidade do condomínio em meio aos outros, pois somos o primeiro e único a realizar um Festival de Cerveja Artesanal, que é um sucesso. Ano passado foram 300 pessoas presentes. Neste ano a expectativa é receber um pouco mais. Acredito que consolidamos o Alpha Bier na rota cervejeira do Vale do São Francisco. O planejamento é repetir este festival, em principio, anualmente”.

Publico na área da piscina.

Para o morador do Terras AlphaVille, Paulo Bories, “este tipo de evento é bacana para entrosar, pois permite que a gente conheça outros moradores. Geralmente, a turma que vem para festas assim é tudo gente boa. Os rótulos servidos aqui também são excelentes”.

Paulo Bories aprovou o Festival Alpha Bier

Bloco mistura frevo, folia e cerveja artesanal nas ruas de Petrolina

O movimento cervejeiro do Vale do São Francisco ganhará mais uma expansão na próxima semana. No sábado (16/2) acontecerá o primeiro desfile do bloco “Tu Weiss Cair na Minha IPA”, organizado pela Associação dos Cervejeiros Artesanais de Pernambuco (ACervA-PE), núcleo do Sertão. A festa começa às 15h em frente a Cervejaria & Petiscaria Biére, na rua Lucas Roberto de Araújo, próximo ao Condomínio Sol Nascente em Petrolina. O bloco irá realizar o percurso até a pracinha, na mesma rua, onde permacerá por alguns minutos até retornar ao ponto da concentração.  “No total, teremos quase seis horas de som, divididas entre DJ e a apresentação da Orquestra Frevo do Bolinha (veja video abaixo), ambos tocando ritmos como frevo, axé, marchinha e outras canções do carnaval de rua”, disse o cervejeiro Igor Veras Silani, um dos organizadores do evento.

Para matar a sede dos foliões, doze cervejarias artesanais confirmaram presença nas torneiras do bloco: Maribondo Sam, Na Tora, GALK, Buquê de Mandacaru, Puro Is Malte, Quimera, Vale Brewer, Família Sabores, Seu Quincas, Doutorado do Chopp, Haus Bier, além da própria ACervA – PE. O repertório varia desde estilos mais leves, como Weiss e Witbier, aos mais encorpados, como Imperial IPA, Porter e Stout. O bloco funcionará no sistema de “torneiras abertas”, distribuindo mais de 500 litros de chopp para os participantes. “Nosso intuito é sempre difundir o movimento cervejeiro. Desta vez, vamos procurar trazer as origens do frevo e do carnaval de rua de Pernambuco, associadas ao movimento cervejeiro artesanal, que em Petrolina ainda é novo. Este é o primeiro ano que estamos fazendo um bloco temático de cerveja artesanal aqui na cidade.”, explicou Igor, destacando o sentido do nome “Queda 1” usado pelos organizadores para se referir à primeira edição do bloco. “A ideia é que existam outras ‘Quedas’ a partir desta ‘Queda 1,. A depender do resultado desse projeto, quem sabe não repetimos em breve”, complementou o cervejeiro.

 

Os cervejeiros Guilherme (à esquerda), Cecília Vasconcellos, Waldner Maribondo, Vânia Sampaio e Igor Silani reunidos na organização do Bloco.

Um aspecto que chamou a atenção foi a localização no espaço público escolhida para o desfile do bloco. Naquela vizinhança, funciona até hojen a Biére, que há mais de 5 anos foi estabelecido como um dos primeiros redutos dos cervejeiros artesanais do Vale do São Francisco. “Cerca de três anos atrás houve uma festa de carnaval lá que foi bem bacana e sempre tivemos desejo de repetir. Daí pela disponibilidade e amizade que temos com o pessoal da Biére, escolhemos usar aquele espaço novamente para fazer a Queda 1 do ‘Tu Weiss Cair na Minha IPA’”, disse outra organizadora do bloco, a cervejeira Maria Cecília Vasconcellos.

Os ingressos para o bloco “Tu Weiss Cair na Minha IPA” custam R$80,00 e podem ser adquiridos através do link ou em pontos de venda como o Rock Dog., Doutorado do Chopp e na Biére. Para se servir à vontade de chopp artesanal durante o bloco, o folião ganhará camisa, tirante e caneca customizados para o evento.

 

 

II Festival de Cerveja Artesanal do Vale do São Francisco

Restam poucos dias para a segunda edição do Festival de Cerveja Artesanal do Vale do São Francisco. O evento acontecerá na Chácara Milenium (Estrada das Pedrinhas, Km 2, próximo da Vila Vitória) no dia 17 de novembro a partir das 13 h. No total, 34 cervejeiros da região estarão oferecendo suas criações no sistema “torneiras abertas”: O ingresso dá direito a uma caneca especial e o participante pode se servir à vontade. Até agora foram inscritos 27 rótulos de 22 estilos diferentes de cerveja; no final, o público escolherá os três melhores rótulos servidos no Festival.

A maioria das cervejarias locais já confirmou presença no evento, como a Vale Brewer, Carranca Chapada, Na Tora HmB, Old Chico, Maribondo Sam, Apache’s Beer, Quimera, Number´s Beer, dentre outras. “Além de promover a união entre os cervejeiros da região, este festival é também uma oportunidade para provar vários estilos de cerveja produzidos no Vale do São Francisco. Também é um momento ímpar de interação, no qual o público pode trocar experiências diretamente com o cervejeiro sobre as especificidades de cada rótulo. Este festival oferece a chance de fugir do habitual, colocando o público em contato com receitas não muito comuns, por exemplo, cervejas com adição de frutas, baunilha e até melaço de algaroba”, disse o cervejeiro na Apache’s Beer, Rômulo Bezerra que é um dos organizadores do Festival.

Rômulo Bezerra, cervejeiro na Apache’s Beer. Foto: Luiz Adolfo Andrade

Para Rômulo, a grande novidade na edição deste ano é o maior engajamento de mulheres cervejeiras. “Além da confraria Puro Is`Malte, formada somente por mulheres, esposas de amigos cervejeiros foram pegando gosto pela arte de fazer cerveja e vão levar rótulos próprios para degustação no evento”, revelou.  O petrolinense Thiago Almeida esteve na primeira edição do festival realizada em outubro do ano passado e destacou como ponto alto naquela ocasião o acesso do público às cervejas . “O sistema que eles fizeram para servir as cervejas foi bem organizado, facilitou bastante a circulação do público, bem como a distribuição dos stands das cervejarias que ficaram lado a lado no espaço da chácara. Já fui em outros festivais em Salvador, nos quais foi muito mais complicado para a gente conseguir circular e se servir”, disse Almeida.

Cervejeiros do Vale do São Francisco interagem com público na primeira edição do Festival. Fonte: Rômulo Bezerra/Fotos: Kaio Cads.

O Festival de Cervejas Artesanais do Vale do São Francisco surgiu com o intuito de arrecadar fundos para investir na capacitação dos cervejeiros da região. “A ideia é trazer para cá cursos importantes para atualização profissional do cervejeiro, que são comumente ofertados de forma mais ostensiva nas capitais. Ano passado, o sucesso do festival superou as expectativas e a arrecadação permitiu que a gente trouxesse dois cursos de formação para o Vale”, destacou Rômulo, que confirmou o interesse na realização da terceira edição do festival em 2019 e a criação de uma agenda de eventos para cervejeiros no Vale do São Francisco. “Com certeza o Festival de Cerveja Artesanal do Vale do São Francisco é um evento que vai pegar no calendário da região, a exemplo de outros que caíram no gosto do público, como o Moto Chico”, complementou Thiago Almeida.

Público cervejeiro vai ao delírio na primeira edição do Festival. Fonte Rômulo Bezerra/ Foto: Kaio Cads.

Para harmonização com os rótulos no II Festival de Cerveja Artesanal do Vale do São Francisco, algumas opções de foodtrucks e bikes já estão confirmadas, dentre elas Beer Side (hambúrguer artesanal), Rock Dog (cachorro-quente gourmet), Empadaria do Vale (empadas e tartaletes gourmet) e Vanzo’s (espetinhos, drinks alcoólicos e não alcoólicos). As bandas Dubaia e Classic Rock Club Band fazem o som para embalar os goles. Os ingressos custam 100 reais (primeiro lote) e podem ser adquiridos no St Anthony Beer & Burgers, Beer Side , Vanzo’s Beer e no Rock Dog. O II Festival de Cerveja Artesanal do Vale do São Francisco é promovido de forma independente pelos Cervejeiros do Vale, com patrocínio da Sanauto Peças e Serviços e apoio da Pulp Audiovisual e Conteúdo, Petro Hop, St. Anthony, Beer & Burgers, Rock Dog e Acerva-PE.

Alpha Bier Festival

Aconteceu na última sexta-feira (26) a 2a Edição do Alpha Bier Festival sediado no condomínio Terras Alphaville em Petrolina – PE. Realizado pelo segundo ano seguido e com sua terceira edição em planejamento, este festival vem contribuir para o crescimento do cenário cervejeiro da região, que já conta com eventos tradicionais como o Oktober Fest da Haus Bier, o Festival de Cervejeiros do Vale do São Francisco, dentre outros.

Moradores do AlphaVille em Petrolina e convidados prestigiam evento

Moradores do AlphaVille em Petrolina e convidados prestigiam a segunda edição do Alpha Bier Festival.

Neste ano, o Alpha Bier Festival reuniu associados do condomínio, seus familiares, convidados, mestres cervejeiros e apreciadores de cerveja artesanal.  Para harmonização, a hamburgueria 961 ofereceu cinco opções de burgers e o som ficou por contra da atração local “Temir e Banda”. A Vintage Tattoo e Barber Shop disponibilizou aos presentes serviço gratuito de barbearia além de realizar agendamento de outros, por exemplo de tatuador. “É o primeiro condomínio na região a fazer um festival assim. Um dos objetivos é familiarizar o público, neste caso os associados do Alphaville e convidados, com a cultura da cerveja artesanal”, disse o cervejeiro da Maribondo Sam Felipe Zoby.

Os cervejeiros da Maribondo Sam Felipe Zoby e Wal Maribondo (esq.).

Três cervejarias do Vale do São Francisco estiveram presentes, cada uma disponibilizando rótulos na torneira e em garrafa. A Na Tora HmB apresentou a witbier Chacrett (torneira) e a Demônia (garrafa). A cervejaria Doutorado do Chopp levou em garrafa seus quatro rótulos tradicionais – Weiss, Session, APA e IPA – sendo que o primeiro e o último também estavam disponíveis na torneira.

Da direita para esquerda: Lucyo e Rodrigo (Doutorado do Chopp), Ricardo (Du Pappi) e Caio.

A Maribondo Sam disponibilizou nas torneiras os estilos blonde ale “Alpha Blonde” e weiss com gengibre; na garrafa, ofereceu as cervejas Maribondo APA e IPA, além da trappist Padim Cicerista. “Procuramos mesclar a oferta trazendo estilos como IPA e APA, para satisfazer um público mais exigente, e outros mais leves, procurando atender justamente a parcela que não tem tanto hábito de consumir cerveja artesanal, mas aprecia regularmente as opções industriais servidas na maioria dos bares da região. Desta maneira, realizar um festival dentro de um condomínio é também uma forma de estimular os cervejeiros da região a produzir visando o público ainda sem tanto conhecimento da cultura cervejeira”, complementou Zoby.

Rômulo (dir.), cervejeiro na Apache Beer, ajuda o público na escolha dos rótulos.

Para o publicitário do Terras Alphaville, Yuri Leite, a segunda edição do Alpha Bier Festival é mais um evento dentre outros que ocorrem regularmente no condomínio. “Percebi que vários dos nossos associados eram cervejeiros; houve portanto o interesse mútuo de realizar o nosso próprio festival. A rede Alphaville no Brasil tem a preocupação de criar eventos voltados para o bem-estar de nossos associados”, destacou Leite.

Chapa quente: Hambúrgueres fazem harmonização com as cervejas artesanais

A associada Rosângela Jacó disse que o festival é muito interessante para complementar o lazer do morador. “Aqui já temos outros eventos, mas uma situação como esta é muito legal pois estimula uma interação entre os moradores”, destacou Rosângela. Para outro associado, Luiz Roma, “um evento como este, além de contribuir para nosso bem-estar, fortalece o sentido de comunidade, de companheirismo, algo que tem sido perdido hoje em dia”.

Os organizadores do Alpha Bier Festival informaram que entre 250 e 300 pessoas compareceram ao evento, consumindo cerca de 250 litros de cerveja. A terceira edição do Festival, ainda sem data oficial, deverá acontecer no primeiro semestre de 2019.

Oktober Fest no Vale do São Francisco

A HausBier promoverá a quarta edição do Oktober Fest nos dias 20 e 21 deste mês em Petrolina – PE. Situada no centro da cidade, bem na margem do Rio são Francisco, a conhecida microcervejaria promete uma festa que combinará elementos culturais do sertão, como gastronomia e estilos de cerveja artesanal, à proposta do tradicional evento iniciado em Munique, na Alemanha, há mais de dois séculos atrás.

Projeto do lounge e stands das cervejarias para o Oktober Fest 2018 na HausBier. Fonte: Ubiratan Rios

Na edição de 2018, o cervejeiro poderá encontrar os tradicionais estilos da HausBier, como Pilsen, Lager e Schwarzbier, além da criação mais recente: o chopp American Lager. Paralelamente à esta oferta, outras cervejarias locais também disponibilizarão seus rótulos no evento, dentre elas a NaTora HmB, Maribondo Sam, Quimera, Vale Brewer, e Number´s Beer. Para harmonização, opções regionais e outros pratos recentemente inaugurados no cardápio da casa. “O evento proporcionou uma inovação na cena cervejeira do Vale do São Francisco, trazendo desde 2015 sabores e aromas tradicionais de uma festa alemã para a região. Além disso, ajudamos também no crescimento das cervejarias artesanais locais, que irão oferecer suas cervejas no evento”, disse o cervejeiro da HausBier Ubiratan Rios.

Chopp American Lager: Criação mais recente da Hausbier. Foto: Luiz Adolfo Andrade.

O cervejeiro da Maribondo Sam, Felipe Zoby, destacou que este tipo de evento incentiva o consumo e a produção de cerveja no Vale do São Francisco. “A Oktober Fest só tem a engrandecer o nosso sertão, pois traz para público novos estilos de cerveja ainda pouco difundidos aqui no Vale, ao mesmo tempo em que propaga a tão cultuada festa alemã, regada com bastante comida típica e muita cerveja artesanal”, afirmou. Zoby também enfatizou a parceria de outras cervejarias locais com a HausBier: “A HausBier sempre se manteve parceira e atenta aos anseios dos cervejeiros caseiros, incentivando nossa produção e nos apoiando nesses eventos”. A Maribondo Sam tem um ano de fundação e irá debutar no Oktober Fest 2018 com as cervejas Maribondo American Pale Ale e a Maribondo American India Pale Ale. Outras cervejarias locais, que já foram pauta no Lupulado, também irão participar; é o caso da NaTora HmB, com torneiras da Demônia (Brown IPA) e da Chacrett (Witbier) e da Quimera, trazendo a Camaleoa (APA) e Beer o’ Clock (ESB).

Projeto dos palcos para as atrações do Oktober Fest 2018. Fonte Ubiratan Rios.

A quarta edição do Okctober Fest da HausBier começa às 13 h do próximo sábado (20/10) e se estende até o domingo (21/10). A entrada é gratuita com cobrança de couvert destinada aos artistas da região que irão de apresentar (confira a programação aqui). O publico poderá comprar as cervejas através de fichas vendidas no evento, além de poder adquirir também o copo personalizado. A infraestrutura que está sendo montada na microcervejaria HausBier foi projetada para criar um ambiente agradável e diversificado com stands para as cervejarias, palco para shows, sofás, parque infantil e espaço gourmet.

Como ficará o espaço na HausBier durante o Oktober Fest 2018. Fonte: Ubiratan Rios.

Mondial de La Bière 2018

Na semana passada aconteceu no Rio de Janeiro a sexta edição do Mondial de La Bière, considerado o maior evento cervejeiro do Brasil. Entre os dias 05 e 09 de setembro, o complexo de armazéns do Pier Mauá, na zona portuária da capital fluminense, recebeu mais de 160 cervejarias do Brasil e do exterior, como a famosa Goose Island, que disponibilizaram cerca de 1.500 rótulos de diferentes estilos. O Mondial de la Bière é um festival internacional de cervejas artesanais que começou há 25 edições no Canadá. No Brasil, o evento acontece no Rio de Janeiro desde 2013 e foi realizado pela primeira vez em São Paulo neste ano.

Visual no interior do Pier Mauá, no primeiro dia do Mondial de La Bière.Foto: Luiz Adolfo Andrade.

Fila para entrar no quarto dia do festival. Foto: Luiz Adolfo Andrade.

Além das cervejas servidas em torneiras e garrafas, 25 food truck ofereceram opções para harmonização e cerca de 30 bandas foram encarregadas de fazer som em dois palcos montados no evento. A organização divulgou no site oficial do Mondial que a expectativa de público girava em torno de sessenta mil pessoas durante o evento; entretanto o número oficial ainda não foi divulgado pelos organizadores. Em alguns dias o público foi maior, por exemplo no sábado (08), quando os ingressos esgotaram na semana anterior ao festival.

Armazém 4 no primeiro dia do Mondial de la Bière. Foto: Luiz Adolfo Andrade.

Stand da cervejaria Antuérpia (MG) no Armazém 3: Grande vencedora do evento. Foto: Luiz Adolfo Andrade.

Stand da cervejaria Overhop de Angra dos Reis (RJ) no Armazém 3. Foto: Luiz Adolfo Andrade.

O jornalista carioca Rafael Fernandes, 41, que esteve em quatro das seis edições do Mondial de La Bière no Rio, destacou: “de modo geral, o evento é muito bom, os expositores são muito atenciosos e sempre solícitos para explicar os rótulos e estilos; o problema é que eles não costumam dar provas das cervejas; poderiam até aumentar um pouco o preço da cerveja, mas servir uma prova para ajudar na escolha do que beber”.

Cerveja Névoa, New England Pale Ale da cervejaria Antuérpia – MG. Foto: Luiz Adolfo Andrade.

Rafael percebeu ainda melhorias no serviço médico e nas disposição de banheiros, especialmente os masculinos, o que considera ser importante especialmente em um festival de cervejas. Por outro lado, ele acredita que o Mondial está deixando de ser um evento cervejeiro para tornar-se algo mais cosmopolita. “Antes, por exemplo, tocavam música alemã; hoje toca só música pop. Acho legal, mas um evento assim poderia usar características e coisas mais típicas do universo cervejeiro ”, concluiu.

Torneiras características do stand da Overhop (RJ). Foto: Luiz Adolfo Andrade.

Beer truck da cervejaria CapaPreta (MG) no Armazém 3 do Mondial de La Bière. Foto: Luiz Adolfo Andrade.

Disputa entre cervejarias

Um dos momentos mais aguardados do Mondial da La Bière é o MBeer Contest Brazil, competição para indicar a melhor cerveja do evento (medalha de platina) e outras cervejas que se destacaram das demais (medalha de outro). Neste ano, 376 rótulos concorreram às medalhas, sendo avaliados previamente por uma comissão de 11 jurados. A principal novidade no concurso de 2018 foi anunciar os vencedores ao final do primeiro dia do evento, permitindo que o público soubesse desses rótulos logo de início.

A grande vencedora desta edição do evento foi a Nikita Cherry Hickey, uma Imperial Stout da Cervejaria Antuérpia (MG). João Cléber, cervejeiro na Antuérpia, contou um pouco mais sobre o rótulo premiado.

Na tabela a seguir, confira as outras 12 cervejas premiadas com medalha de ouro na sexta edição do Mondial de lá Bière. Um fato que chama atenção é a presença do estilo Catharina Sour, com quatro rótulos, entre os medalhistas de ouro. A estes, acrescenta-se outros rótulos na linha sour, isto é, cervejas com um paladar mais azedo (ácido), que muitas vezes trazem adição de frutas cítricas e apresentam como característica principal o uso de leveduras selvagens, aquelas que se encontram livres pelo ambiente,  por exemplo as Brettanomyces.

Rótulo Cervejaria Estilo
Treta Cervejaria Suburbana Berliner Weiss
Roter Brauhof Roter Sour Ale Sour Ale
Gravioh lala Overhop Catharina Sour
Aternum Overhop Americam Imperial Stout
Catharina Sour Goiaba Mistura Clássica Catharina Sour
Gone Mad Wonderland Brewery American IPA
Brewer’s Cut Dádiva American Sour
Guanabara Wood Aged Colorado Imperiam Russian Stout
Saboya Cerveja Matisse Catharina Sour
Thirsty Harks Farm Brewery Wood Gin Barrel Aged Ginga de La boe Sour Ale
Regina Sour Framboesa Bodebrown Berliner Weiss
Cacau IPA Wood Age Bodebrown American IPA
#2anos Farra Bier Catharina Sour

A cervejeira Anna Lewis , da medalhista de ouro Wonderland Brewery, participou pela primeira vez como expositora do Mondial de La Bière. Anna nasceu na Sibéria e foi morar no Estados Unidos, onde casou-se com Chad Lewis que também é sócio da Wonderland. Conheceram um cervejeiro carioca, Pedro Fraga, que apresentou-lhes o mercado brasileiro. “Nos inspiramos muito na cultura cervejeira norte americana e procuramos utilizar este conhecimento nas receitas que desenvolvemos. Pedro é uma ótima pessoa, tornou-se nosso parceiro na Wonderland. Ele deu um toque especial nas nossas receitas, tornando-as ainda mais interessantes”, disse Anna, que mudou-se com o marido para o Rio de Janeiro em abril.

Anna Lewis cervejeira na Wonderlan Brewery (RJ). Foto: Luiz Adolfo Andrade.

A cerveja premiada da Wonderland, Gone Mad, é uma American IPA com 4 tipos de lúpulos, que segundo Lewis pode criar uma harmonização especial com ostras e frutos do mar, além de harmonizar tradicionalmente com burgers.

Gone Mad, cerveja medalha de ouro da Wonderland Brewery (RJ).Foto: Luiz Adolfo Andrade.

O nordeste do Brasil foi representado na sexta edição do Mondial de La Bière pela cervejaria pernambucana Ekäut. Além das sua cervejas tradicionais como a Munich Helles e a American IPA, a cervejaria brindou o público com dois lançamentos: a Sour de Cajá e a Ris Bolo de Rolo.

Davidson Dias, cervejeiro na Ekaut (PE). Foto: Luiz Adolfo Andrade.

“As cervejarias nordestinas estão fazendo sucesso e a gente precisa se inserir no mercado do sul e sudeste; o nordeste está se tornando referência em como fazer cerveja e precisamos mostrar isso aqui”, disse o cervejeiro da Ekäut Davison Dias, que participa do Mondial pelo segundo ano consecutivo.

Alguns goles com Ruiz

“O nosso foco é fazer uma experiência maneira para todos que estão na Farra, seja consumidor, seja colaborador, seja fornecedor. E assim a gente vai levando”. Esta frase pertence ao cervejeiro da Farra Bier, Fabrizio Ruiz, e foi usada para ilustrar o astral percebido no staff da cervejaria durante os trabalhos no Mondial de La Bière. Publicitário com MBA em Finanças, Investimento e Risco pela FGV, Fabrizio tem 38 anos e trocou a rotina de quase duas décadas trabalhando em um banco pela vida como empreendedor e cervejeiro na Farra Bier. A cervejaria foi outra medalhista de ouro na sexta edição do Mondial de Lá Bière com a Catharina Sour #2. “Meus colaboradores precisam se sentir felizes, acordar de manhã e sair felizes para um dia de trabalho. Quem está ali tem que estar feliz com que está fazendo; na Farra tudo é com muito amor e paixão. O objetivo maior não é reduzir custos de produção nem ganhar mercado”, disse o cervejeiro. Partindo desta premissa, Ruiz concedeu entrevista ao Lupulado após experimentarmos alguns de seus rótulos.

Fabrizio Ruiz, cervejeiro e fundador da Farra Bier (RJ), exibe a premiada #2anos. Foto: Luiz Adolfo Andrade

Lupulado: Quantas edições do Mondial de La Biére a Farra Bier já participou?

Fabrizio Ruiz: A primeira vez que participamos foi em 2016, tínhamos um mês de fundação e apenas um rótulo, a “All in IPA”. Não tínhamos stand no evento, éramos uma apenas uma torneira dentro do stand de uma cervejaria parceira. Na edição de 2017, fomos com stand próprio e 6 torneiras. Ganhamos nossa primeira medalha de ouro. Em 2018, dobramos o tamanho de nosso stand e número de 12 torneiras. Faturamos a nossa segunda medalha de ouro.

Lupulado: Qual a razão do nome Farra bier?

Fabrizio Ruiz: Farra tem tudo a ver com cerveja, amigos, momentos… e é isso que proporcionamos! Não vendemos cerveja, proporcionamos uma experiência: Isso é Farra!

Carta de cervejas da Farra Bier no Mondial de la Bière. No copo, a Pool Party, outro excelente rótulo da Farra Bier. Foto: Luiz Adolfo Andrade

 

Lupulado: Seu foco é o mercado cervejeiro do Rio de Janeiro ou pretende comercializar os rótulos da Farra em outros estados, especialmente os do Nordeste?

Fabrizio Ruiz: Não há um foco no mercado do Rio. Estamos trabalhando pra ampliar nossa distribuição. Nossa cervejaria tem 2 anos e aos poucos estamos aplicando nossa capilaridade. O nordeste é uma das regiões que pretendemos focar e 2019 será possível encontrar Farra por lá.

Lupulado: Pode comentar um pouco sobre sua cerveja premiada, a #2anos?

Fabrizio Ruiz: A #2anos é uma Catharina Sour com tangerina e adição de brettanomyces, envelhecida em barril de carvalho, que foi utilizado em outro momento para maturação de vinho Chardonnay. O resultado é uma cerveja seca, frisante, bem refrescante, ácida, com notas de tangerina, abacaxi, uva verde, remetendo muito ao vinho branco e à champanhe.

Fábrica da Farra Bier em Guapimirim – RJ. Fonte: Fabrizio Ruiz.

Lupulado: O que você acha de associações como as ACerVa? Você considera importante que os cervejeiros se associem a estes coletivos?

Fabrizio Ruiz: Tenho cinco anos de filiação à AcervA Carioca. É muito importante ser associado quando o cervejeiro produz cerveja caseira, mas perde um pouco de relevância quando se passa a ser cervejaria comercial. Contribui para o fortalecimento da cultura cervejeira sim, mas pra defesa do setor não até porque não é o objetivo desse coletivo. Por isso, aqui no Rio fundamos em 2017 a AMACERVA, cujo objetivo é defender e melhorar a cena artesanal Carioca. Os associados são as cervejarias.

Lupulado: Na sua opinião, qual maior obstáculo para quem produz cerveja no Brasil?

Fabrizio Ruiz: Sem dúvida são os impostos. A maioria dos produtos é importada e a carga tributária deixa esses itens muito caros. Além disso, existem impostos após a produção, o que encarece o produto final, dificultando a penetração no mercado local. Fora do Estado, ainda incidem outros impostos, como ICMS-ST, que majora significativamente o valor da nota, praticamente inviabilizando a venda.

Lupulado: Como você enxerga o embate entre cervejarias industriais x cervejarias artesanais? Depois de cervejaria artesanal ser o ramo que mais cresceu no Brasil em 2015, segundo o SEBRAE, você acha que a indústria retomou a força em função de exigências por parte da Anvisa, como as certidões?

Fabrizio Ruiz: Na verdade, acho que estes termos (industrial e artesanal) não fazem mais tanto sentido uma vez que, para ser vendida em lojas, toda cerveja tem que ser industrial; aqui no Rio não há venda de cerveja que não seja produzida em uma fábrica certificada pelo MAPA. A diferença entre cervejarias artesanal e industrial, no meu ponto de vista, está no volume e no resultado final do produto. Particularmente acho que são produtos pra nichos diferentes de mercado e irão coexistir sempre, como em qualquer lugar do mundo. Cabe ao consumidor escolher o que cabe ao seu paladar e no bolso.

Lupulado: Para finalizar, você poderia comentar brevemente sobre sua história profissional; por que decidiu abrir mão do cargo de analista sênior em um banco público para empreender no ramo de cervejas artesanais?

Fabrizio Ruiz: Passei no concurso do banco com 19 anos e trabalhei lá por quase duas décadas. Consegui estruturar a minha saída pra tocar algo que me apaixona, que me motiva, que faz sentido para minha vida. É uma questão de perfil: Sempre gostei de empreender. Sou tomador de risco, não gosto de rotinas e tenho disposição pra enfrentar as adversidades do mundo empresarial. Hoje sou sócio da Farra Bier; produzindo cerveja, participo direta e indiretamente de momentos felizes das pessoas e isso é muito gratificante para mim. Aproveito pra deixar um recado para os leitores do Lupulado: A plenitude da vida está em ela fazer sentido, não importa o que você faça.