Saiu a lista: As melhores cervejas que provei em 2022

IPA da cervejaria Triora.

Sempre depois de cada ano, com de costume, publico aqui no Blog Lupulado minha lista com as dez melhores cervejas que provei nos últimos 12 meses. Sigo basicamente quatro premissas: (1) o rótulo pode ter sido lançado em outro período, mas a minha primeira degustação deve ter acontecido no ano corrente; (2) só considero cervejas com MAPA, (3) procuro não repetir cervejarias na lista final dos 10 melhores rótulos e (4) se a cerveja trouxe algum tipo de inovação para o estilo.

Dois Malucos numa viagem, colar de Captain Brew e Undertap.

Desde o primeiro semestre de 2022, a maioria dos eventos ligados à cultura da cerveja voltou a acontecer; além disso,  bares e taproom estão funcionando sem as restrições.  O ano passado marcou também meu mergulho no mundo das Russian Imperial Stout – inclusive, a melhor cerveja de 2022, na minha opinião, foi uma RIS. Claro que já degustei este estilo em tempos anteriores. Porém, foi no ano passado que comecei a me interessar pelos processos que envolvem a produção das RIS.

I don’t know what to say to you: RIS da Hankzbier, a melhor cerveja de 2022, na minha opinião.

Quanto aos lúpulos, continuei um fiel apreciador do Strata. Entretanto, o ano passado me apresentou surpresas, como os lúpulos Eclipse e o Ahhhroma. Mais uma vez, foi muito difícil escolher apenas 10 rótulos; só para ter uma parâmetro,  segundo meu relatório anual do Untapdd, em 2022 realizei 1555 check-in em cervejas de 92 estilos, de um total de 167 cervejarias!

Faith over Fear, da Spartacus.

Começo minha lista dos 10 melhores rótulos de 2022 com uma das primeiras cervejas que provei no ano: A IPA da Triora, uma simpática cervejaria que conheci em Uberlândia-MG. Ainda tocado pelo Triângulo Mineiro, outra breja que integra na minha lista Top10 de 2020 é a Double NEIPA Dois Malucos Numa Viagem, colab entre outra cervejaria de Uberlândia, a Captain Brew, e a cervejaria Undertap, de Santo André – SP; a sua receita contém os lúpulos da Eslováquia Styrian Kolibri e Styrian Cardinal e Patagonia Red, da Argentina.

Cottom Clouds, da Stormy.

Seguindo minha seleção, outra menção vai para Faith of Fear, Double Hazy IPA da Spartacus Brewing, de Juiz de Fora-MG, que apresenta um belíssimo trabalho com o lúpulo Loral em um blend com El Dorado. A cerveja considerada por mim a melhor de 2022 é a  I don’t know what to say to you, também de Juiz de Fora, produzida pela Hankzbier, uma Russian Imperial Stout diferente de tudo que já provei, com incrível textura de biscoito.

 

Midnight Class, da Croma.

Outro rótulo da minha seleção vem dos “bs” que fazemos com amigos e amigas aqui em Salvador: Midnight Class, da Croma (São Paulo-SP), uma RIS envelhecida em barril de cachaça com um toque incrível de melaço. De um clube de cerveja que assino aqui na Bahia, a Vitrine da Cerveja, veio outra integrante da lista: Cidade Verde, colaborativa entre Cervejaria Dogma (São Paulo – SP) e a Banda Cidade Verde; trata-se de uma Hazy IPA feita com blend dos lúpulos Strata e Citra.

Outra integrante da minha lista top10 é cerveja Diverzilla, um Double NE IPA da cervejaria Escafandrista (Piracicaba-SP) feita com blend dos lúpulos Mosaic Incógnito, Citra Cryo, Riwaka e Eclipse, além do Phantasm, um pó de uva da Nova Zelândia, que foi usado em algumas brassagens no ano passado. Seguindo na minha seleção, outra cerveja que escolhi é a Cotton Clouds, da Stormy Brewing (Campinas – SP), que utilizou o novíssimo lúpulo Ahhhroma em um blend com o Strata e o Idaho7.

 

Diverzilla, da Cervejaria Escafandrista.

Para fechar minha lista das melhores de 2022, escolho duas cervejas de Lauro de Freitas – BA, que provei na Pilsner Fest em maio do ano passado e me impressionaram bastante. A primeira é Obscurum, uma Russian Imperial Stout da Mindu Bier, que tem a proposta de ser uma “RIS raiz”, isto é, sem adjuntos, com as tradicionais notas de torrado e o álcool aparecendo bem. A segunda é a BR Ale, da Cervejaria 2 de julho, uma cerveja bem leve e fácil de beber, que é feita com insumos 100% nacionais.

Obscurum, da MInduBier

Esta á minha lista das 10 melhores cervejas provadas em 2022! Encerro este post desejando à seguidores e seguidores um Feliz 2023, repleto de muita saúde e cerveja boa!

BR Ale da Cervejaria 2 de Julho.

Vem aí a 5ª Pilsner Fest

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Acontece no sábado dia 13/08, a partir das 17h, na área verde da AABB, em Piatã (Salvador), a 5ª edição do Pilsner Fest. Da mesma forma que nas vezes anteriores, o foco do evento é na combinação entre cerveja artesanal, gastronomia e música de qualidade. “Preparamos também uma novidade para esta edição: Grupos de até 20 pessoas podem adquirir um barril de qualquer cerveja no estilo Pilsner, que esteja sendo servida no evento. Daí engatamos o barril na chopeira para a turma consumir no local, durante a festa”, disse um dos organizadores do evento, Alessandro Canella. “Quem quiser curtir esta experiência na 5ª Pilsner Fest deve se apressar e fazer logo a reserva do equipamento, pois restam poucos disponíveis”, complementou.

Alessandro Canella da organização da Pilsner Fest.

Ao todo, serão nove cervejarias participantes do Estado da Bahia: ArtMalte, Cervejaria do Meu Amigo e Confinada (Salvador), Dragornia (Feira de Santana), Rodada (Luiz Eduardo Magalhães), Proa, MinduBier, Híbrida e 2 de Julho (Lauro de Freitas). “Nesta edição, a Cervejaria 2 de Julho vai levar cervejas que todo mundo já conhece e gosta, como a nossa American IPA, e nossas últimas novidades, dentre elas a BR Ale e a APA”, disse Margo Jacobina, da Cervejaria 2 de Julho. “E ainda vai rolar o lançamento da nossa Double IPA na 5ª Pilsner Fest, superlupulada com lúpulo brasileiro, com 8,1% e 85 IBU. Direto do tanque para festa, fresquíssima. Pra galera que curte cerveja artesanal é uma ótima pedida!”, revelou Magno.

Stand da Cervejaria 2 de Julho na quarta edição da Pilsner Fest, em maio deste ano.

Para Alessandro Canella, “ A Pilsner Fest é uma oportunidade de provar as melhores cervejas da Bahia bem frescas, algumas cervejas estão saindo do tanque para o evento. Privilegiar as cervejarias baianas ajuda a fortalecer o cenário cervejeiro local”. Além das cervejarias, o evento contará com 5 tendas de Street Food. O som ficará por conta das bandas Monarka (Cover U2), Kingsmen (Cover Elvis Presley), Funky Animals (Cover Maroon 5) e DJ Papau.”Como menos de 20% dos bebedores de cerveja tem um costume de consumir cerveja artesanal, pra mim o Pilsner Fest tem um papel muito importante que vai muito além de apresentar a variedade que a produção artesanal traz, mas principalmente de valorizar as cervejas frescas e ricas que são produzidas na Bahia. Aqui se faz cerveja de muita qualidade e lá você pode aproveitar isso com muita comida boa e bandas muito legais em uma excelente festa”, finalizou Magno. Os ingressos para a 5ª Pilsner Fest podem ser adquiridos com 25% de desconto aqui.

 

 

Adeus ano velho: Meu top-10 de cervejas em 2021

Ao final de cada ano, como de praxe, publico aqui no Blog Lupulado uma lista com as dez melhores cervejas que provei nos últimos 12 meses. Um dos critérios de escolha permanece imperativo: O rótulo pode até ter sido lançado em outro período, mas a minha primeira degustação deve ter acontecido no ano em questão (confira outros critérios de 2020, que segui para eleição em 2021) . No meu ponto de vista, o ano de 2021 foi pior que 2020 em face do agravamento da Pandemia da Covid-19 e do negacionismo de parte dos nossos governantes. Por exemplo, a partir de março do ano passado os números de casos e mortes causados pela doença aumentaram vertiginosamente, chegando à picos de 5 mil mortes diárias no Brasil. O resultado foi aumentar o isolamento social em 2021. Na prática só voltei a circular pela cidade a partir de agosto do ano passado, quando tomei a segunda dose da vacina. Em setembro fiz minha primeira viagem depois de meses. Os bares foram obrigados novamente a suspender suas atividades presenciais de março a junho de 2020 e os eventos de cerveja artesanal em Salvador só foram retomados a partir de dezembro passado.

No Mercy: Colab entre Dogma e Spartacus, para mim a melhor cerveja que provei em 2021.

Portanto, da mesma forma que em 2020, no ano passado eu bebi predominantemente em casa, usando os serviços de delivery dos PDVs. Eu acabei também bebendo mais: Segundo meu relatório anual do untapdd, foram 1460 check-ins em 2021. Por outro lado, variei pouco nos estilos e provei menos rótulos, uma vez que o consumo por growlers e latas não ajuda muito neste processo, ao contrário das torneiras, bootle- sharing (BS) e tasting menu, formas que tradicionalmente prefiro consumir cerveja artesanal nos bares e tap room.  Na minha lista de preferências em 2021, aparecem mais rótulos com lúpulos que resenhei recentemente aqui no Blog, como o Strata e o Zappa. Entretanto, preciso destacar outras strains que me agradaram bastante em 2021 e que eu não me recordava de ter experimentado em outros anos, como Talus, Lotus e Denali. A seguir, apresento minha lista dos 10 melhores rótulos que provei em 2021.

Ippadicted: Outra grande cerveja de 2021, que no rótulo estampa o rosto do blogueireiro referenciado nesta colar.

Começo destacando duas cervejas colaborativas da Dogma (São Paulo-SP). A primeira delas é a No Mercy, uma Double Hazy IPA feita em colab com a Cervejaria Spartacus (Juiz de Fora-MG), que apresenta perfil cítrico e resinoso, com um retrogosto sensacional de morango, utilizando um blend dos lúpulos Strata, Idaho Gem, El Dorado e Mosaic. A segunda é a Hazy IPA Ipaddicted, feita pela Dogma em colab com a cervejaria francesa La Superbe em referência ao blogueiro homônimo à cerveja. Traz um blend dos lúpulos Mosaic, Strata e Zappa, resultando em um perfil cítrico, com o dank do segundo lúpulo bem combinado às notas herbais do terceiro.

Com a Juicy IPA Breeze Blocks, cervejaria Everbrew (Santos-SP) apresenta um trabalho interessante combinando os lúpulos Strata e Nelson Sauvin, que proporciona um corpo sedoso e perfil dank, com notas de maracujá, pêra e uvas. Outra cerveja que se destacou no meu paladar em 2021 foi o Single Hop de Zappa da série Hop Attack, da cervejaria Satélite (São Paulo – SP).

Seguindo nesta linha de cervejas lupuladas, a cervejaria Tábuas (Campinas-SP) lançou a New England IPA Pétala, com um blend dos lúpulos Strata e Bravo, proporcionando um corpo aveludado com notas marcantes de maracujá e morango.

A cervejaria Spartacus (Juiz de Fora – MG) também nos brindou com a belíssima Hope, uma cerveja de visual turvo com muito maracujá e abacaxi no aroma e no sabor, fruto de combinação dos lúpulos Citra e Galaxy. O nome deste rótulo, por sua vez, estimula minha crença de que dias melhores virão em 2022.

Os rótulos das cervejarias baianas também marcam presença na minha lista de melhores de 2021. O grande destaque, para mim, foi a West Coast IPA Boonville, da cervejaria 3 Barcaças (Ilhéus-BA); uma WC bem raiz, cítrica e sequinha, com teor alcoólico moderado.

Outra cerveja que teve destaque no meu ano foi a NE APA da MinduBier (Salvador-BA), feita com os lúpulos Zappa, Comet e Centennial de Moxee, que integrou o projeto Brewing Love Project (confira a resenha dela aqui).

Um dos meus destaques de 2021 veio do exterior: Urban Fog, uma Hazy IPA colaborativa entre as cervejarias Mikkeller (Dinamarca) e Brewdog (Escócia), que proporciona notas frutadas bem marcantes, especialmente de toranja.

Por fim, já no apagar das luzes, nos últimos dias de dezembro eu provei The World is Changing, da Carioca Brewing (Rio de Janeiro-RJ), que definitivamente ganhou seu lugar fechando meu Top-10 de 2021. Uma NE IPA com blend dos lúpulos Strata, Lótus e Denale, que proporciona um perfil frutado, com presença marcante de morango e amargor bem agradável.

Este foi meu Top-10 de 2021! Como já disse, foi uma escolha difícil! Quais cervejas você incluiria nesta lista? Que o ano de 2022 seja melhor para todos nós!

Do HomeBrew para Ciganagem: Conheça o lançamento da HopDevils

A cervejaria baiana HopDevils lançou neste mês de abril seu primeiro rótulo feito de maneira cigana: a Cali Sunset. A cerveja é uma West Coast IPA, feita na cervejaria Piemonte, que fica em Jacobina-BA, mesma cidade da HopDevils. “A Piemonte já existe há algum tempo, mas produziam basicamente chopp. Aí a fábrica passou a envasar em latas e surgiu a oportunidade de fazer esta ciganagem”, disse o cervejeiro da HopDevils, Pedro Varjão. “Fazer este salto do HomeBrew para cigana aumentou minha preferência pelo envase em latas, uma vez que em casa eu só tenho como envasar em garrafas; pretendo continuar seguindo esta linha de envase nas próximas brassagens”, complementou.

Cali Sunset: Lançamento da cervejaria HopDevils (Jacobina-BA)

“No início da brassagem fiquei um pouco apreensivo, porque no HomeBrew, que já faço há vários anos, eu tenho um controle maior sobre o processo. Na fábrica surgiram algumas dúvidas. Por exemplo, no momento do envase, que é uma etapa crítica, foi preciso adotar alguns protocolos novos, sobretudo para lidar com entrada de oxigênio na lata”, comentou Pedro, a respeito das principais diferenças que percebeu entre Home Brew e ciganagem.

Pedro Varjão: Cervejeiro da HopDevils

A Cali Sunset possui o visual clássico do estilo: acobreado, transparente e límpido. Com espuma cremosa e baixa carbonatação, apresenta aroma com notas cítricas típicas das West Coast. “Eu não sou muito fã de carbonatação alta. Porém, acho que no Brasil, de modo geral, ainda impera aquela cultura de beber cervejas mais carbonatadas, como ocorre com as cervejarias industriais. Eu não aprecio.

Na hora do gole, percebe-se uma combinação interessante entre cítrico e seco, aliada ao amargor moderado (IBU N/A) que escamoteia o seu teor alcoólico relativamente alto (ABV 7.1%), tornando esta cerveja bem relaxante. O blend de lúpulos  foi feito com Cascade, Centennial, Columbus, Ekuanot, além muito Citra e Mosaic (Duplo Dry Hopping com total de 20G/L). “A Cali Sunset é uma forma que eu encontrei de homenagear a costa oeste dos Estados Unidos. O estado da Califórnia é uma referência para mim em termos gerais de American IPA; a Stone (San Diego), a Anchor Brewing (São Franscisco) e a Russian River (Santa Rosa) são exemplos de cervejarias californianas que começaram a aumentar o nível de lupulagem e reduzir o nível de caramelo, ajudando a caracterizar e consolidar o estilo American IPA”, finalizou Pedro.