RECEITA DE SUCESSO: CERVEJA NORTE-AMERICANA CHEGA AO BRASIL, PRODUZIDA COM LÚPULOS CULTIVADOS AQUI

Fazenda Cervejeira, Belo Horizonte – MG. (Fonte: arquivo família Carneiro).

A cervejaria norte-americana Novo Brazil Brewing, que fica em San Diego, Califórnia, lançou recentemente um dos seus rótulos no Brasil: a Double IPA Ipanema. O projeto, no entanto, é mais audacioso: a receita vem dos Estados Unidos, mas a cerveja é feita por aqui, com lúpulos cultivados em um projeto em Minas Gerais. Quem está por trás é a família Carneiro, que sempre se dedicou à produção de cerveja, ao lado de um hub de cervejarias mineiras.

Lupulos colhidos na Fazenda Cervejeira. (Fonte: arquivo família Carneiro).

Conhecendo a Família Carneiro

Miguel, Ustane, Tiago e José Felipe Carneiro possuem destaque no cenário brasileiro de cerveja. Criaram em 1999 a Cervejaria Wäls, em Belo Horizonte – MG, lançando em 2008 sua linha de cervejas  artesanais. (NOTA: A Session Citra da Wäls foi a minha “cerveja de passagem”, isto é, aquela que me conduziu das brejas industriais para o mundo das artesanais, em meados de 2014).“Éramos proprietários de uma pequena rede de restaurantes fast food. Começamos com a verticalização na produção de pães, sucos, refrigerantes, carnes de hambúrguer, éramos verdadeiros artesãos. Foi um passo para termos nossa marca de cervejas, a Wäls”, contou Miguel Carneiro.

Ustane e Miguel Carneiro (Fonte: arquivo família Carneiro).

Alguns anos depois, a Wäls fez uma fusão indireta com a AmBev, processo que manteve a identidade das cervejas e, ao mesmo tempo, promoveu maior acesso a tecnologia de produção, ampliou a rede de distribuição, dentre outros fatores. No mesmo período, a família Carneiro ampliou seu escopo no meio cervejeiro, chegando nos Estados Unidos. “Chegamos nos EUA através de importadores de cervejas, conversas em feiras internacionais e pessoas que nos procuraram para parcerias. Por lá, criamos a cervejaria Novo Brazil Brewing, há quase 10 anos, em San Diego, na Califórnia”, complementou Miguel.

José Felipe (esq) e Tiago Carneiro (Fonte: arquivo família Carneiro).

“A Novo Brazil é um projeto dos nossos filhos, Tiago e José Felipe. Nós apoiamos a iniciativa, mas eu e Miguel preferimos ficar no Brasil. Hoje cada um dos nossos filhos segue sua carreira: Thiago ficou nos Estados Unidos, com a Novo Brazil e a Nova Kombucha, outro projeto nosso de bebidas, também na Califórnia, e agora planeja expandir a cervejaria para o estado do Texas; o José Filipe hoje está no Brasil, cuidado do Projeto da Fazenda Cervejeira, onde cultivamos lúpulos em Belo Horizonte”, explicou Ustane Carneiro, no vídeo a seguir, ela conta um pouco mais sobre esta produção.

 

A Prova da Ipanema.

A Ipanema é uma Double IPA seca, resinosa e de perfil cítrico, marca do estilo West Coast, que é típico da Califórnia. Apesar  dos 90 IBU, o amargor passa despercebido, assim como os 8.3% de ABV. O blend de lúpulos conta com  Citra e Centennial, que podem ser encontrados com certa facilidade no Brasil. Como resultado, temos uma cerveja de alta drinkabilidade e com uma receita que facilita a sua produção no Brasil, em face da disponibilidade desses lúpulos por aqui.

A Ipanema é produzida e comercializada no Brasil pela cervejaria mineira Prússia, que recentemente fundiu-se a outras duas cervejarias de MG: Stadt Jever e Fürst. Este grupo é responsável também pela produção e comercialização da Sculpin, rótulo da cervejaria norte-americana Ballast Point que também é feito por aqui. “A ideia de produzir alguns rótulos da Novo Brazil Brewing no Brasil já vem de algum tempo. Ainda não decidimos a continuidade do projeto, mas posso adiantar que serão produzidos três rótulos em sequência em MG: Ipanema, Momo Haze e Corvo Negro”, finalizou Miguel Carneiro.

Uma aposta que vem do oeste: cervejaria de Luiz Eduardo Magalhães unifica produção e sustentabilidade

A Cervejaria Rodada, situada em Luiz Eduardo Magalhães, importante município no oeste baiano, lançou uma proposta fundamentada na sustentabilidade, um dos tópicos que figuram na maioria dos debates sobre negócios e empreendedorismo no século XXI. A sua fábrica, considerada uma das maiores da Bahia, com produção de 50 mil litros/mês e capacidade de chegar até 80 mil litros/mês, possui um sistema de tratamento constituído por um processo físico-químico, seguido de processo biológico. No local, foi criada uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) onde os resíduos líquidos da cervejaria são tratados e usados para irrigação. A ETE permite que esses resíduos sejam lançados no curso d’água, reduzindo consideravelmente o impacto que é gerado no ambiente. Além disto, os resíduos orgânicos do malte são usados na pecuária, especialmente no tratamento dos animais.

Fábrica da Cervejaria Rodada em Luiz Eduardo Magalhães. FONTE: ASCOM.

Para um dos sócios da Cervejaria Rodada, Rui Gengnagel, “a conscientização em prol da sustentabilidade é possível com a percepção e entendimento do real valor do meio ambiente nas vidas das pessoas. O que para muitos é considerado lixo, esses resíduos são utilizados por nós para diminuir os riscos ambientais e, consequentemente, ajudar a sociedade”.

Da esquerda para direita: Ismaile, Rui e Tiago, sócios da Cervejaria Rodada. FONTE: ASCOM.

A Cervejaria Rodada foi criada há pouco mais de um ano no oeste baiano pelos sócios Rui Gengnagel, Ismaile Sullivan e Tiago Lucas, que é o mestre cervejeiro. A cervejaria marcou presença em Salvador no último Pilsner Fest, realizado em maio de 2022. Possui como carros-chefes as cervejas Rodada Pilsen e Gold (session IPA). “Queremos que as pessoas tenham acesso a uma cerveja boa, com preço legal, sem esquecer também dos impactos ambientais. E assim vamos ajudando a expandir esta ideia”, finalizou Tiago.

 

 

 

UTILIDADE PÚBLICA: Preparamos uma lista de delivery em Salvador para lupular sua missão de isolamento social

Última atualização: 26/03, às 09:07

Nestes tempos de quarentena por conta do novo corona vírus, o Blog Lupulado publica uma lista de lojas que fazem entrega em domicílio, o chamado delivery, de insumos e cerveja artesanal, na cidade de Salvador (algumas atendem Lauro de Freitas também). Este conteúdo estará em constante atualização, no intuito de facilitar a vida de seguidores e seguidoras, listando serviços úteis para produzir e beber cerveja artesanal em casa, contribuindo para que oatual momento de isolamento social, que é importante para o combater o surto do COVID-19, seja o menos difícil possível. Outra intenção com esta lista é estimular que pessoas comprem dos pequenos estabelecimentos voltados para nichos específicos como o mercado de cerveja artesanal; trata-se também de uma forma de contribuir para a economia local, ameaçada com a crise provocada pelo corona vírus.

Delivery de cerveja artesanal: Ajudando a manter a harmonia nos tempos de isolamento social

Existem quatro tipos de embalagem que chopes e cervejas artesanais são normalmente vendidos e entregues: growlers, garrafas, latas (que inclui também os crowlers), barril (neste caso é preciso ter equipamento como chopeira e cilindro de CO2). Abaixo segue a lista de lojas e serviços de entrega de insumos e cerveja artesanal. Alguns oferecem facilidades e promoções como descontos, entrega grátis, growlers descartáveis etc.

Loja

O que vai encontrar

Telefone/Whatsapp

Bahia Malte

Latas, garrafas, chope e insumos

(71) 3043-6359

Cerveja Salvador

Latas, chope e garrafas

(71) 99970-4327

Cervejaria Híbrida

Chope

(71) 98512-0466

Vitrine da Cerveja

Chope, latas e garrafas

(71) 2137-0669/ (71) 99235-4990 ou pelo site  Cerveja Salvador

Casa OLEC

Latas, garrafas, chope e insumos

(71) 98182-8183

Kombita

 Chope

Pedidos pelo site Cerveja Salvador

Chopp Shop

Chope

Pedidos pelo site Cerveja Salvador

Cervejaria Calundu Chope e garrafas (71) 98878-3020 / (71) 99105-8469 (71)/ 99609-1716
Choperia Salvador Chope (71) 99112-9794 ou(71) 99994-6362

Cervejaria 2 de Julho

Garrrafas

(71) 98867-4181

Cervejaria Proa

Chope

(71) 992266850

Cervejaria Mascarenhas

Chope e cerveja

(71) 988765475/ (71) 99701 4280/ (71) 99155 9206

Cervejaria MinduBier

Cerveja

(71) 99708 9440

 

Prestigie também as cervejas produzidas na Bahia.

Da torneira para a lata: Conheça o Crowler, alternativa para portabilidade de cerveja artesanal

Um aspecto percebido na cultura cervejeira é a preferência de parte dos consumidores por cervejas servidas “na torneira”, que tecnicamente seriam mais “frescas”, isto é, produzidas e envasadas há pouco tempo, portanto não sofreram muito prejuízo em decorrência de condições de armazenamento e transporte. Desta forma, um barril conectado à torneira pode ser visto como mecanismo legitimador, atestando para o cervejeiro que aquela cerveja encontra-se fresca.

Em vez de comprar cerveja engarrafada, que eventualmente já teria sofrido impactos em função da estocagem, exposição à luz etc., o consumidor pode optar por adquirir a cerveja fresca diretamente das torneiras nos estabelecimentos comerciais. Para isto, ele dispõe de ferramentas especificas que facilitam consumir e transportar ; a mais famosa delas é o Growler, que já foi tópico em um post publicado ano passado aqui no Lupulado. Os Growlers são recipientes criados para que o cervejeiro armazene momentaneamente um ou dois litros de cerveja tirados da torneira, para levar e beber onde quiser. Nos últimos cinco anos, eles ganharam a companhia de um novo aliado nesta tarefa: o Crowler.

Deu sede? Crowler e o consumo de cerveja artesanal

A explicação para o nome Crowler é simples e técnica: Trata-se da síntese entre “can”, que significa “lata” em Inglês, e Growler. Nesta perspectiva, o Crowler não seria como um Growler de alumínio, mas latas que são enchidas e fechadas em minutos, sob demanda, que teriam a mesma finalidade para armazenamento e transporte de cerveja.

 

Enchendo o Crowler na torneira da Vitrine da Cerveja, em Salvador.

“A vantagem do Crowler é que você pode levar cerveja fresca da torneira para casa sem a necessidade de estar com o Growler em mãos. Para o proprietário do estabelecimento é indiferente (despachar em Growler ou Crowler), tanto faz. Porém  o Growler tem um aspecto cultural mais interessante. O lado ruim é que muita gente esquece o Growler em casa quando chega aqui (no estabelecimento). Inclusive, teve uma época em que eu emprestava Growlers porque realmente a turma esquece de trazer; então, o Crowler aparece como antídoto para esta situação”, destacou o cervejeiro Claiton Santos, proprietário da “Vitrine da Cerveja”, estabelecimento que é referência no ramo de cervejas artesanais em Salvador.

Claiton Santos da Vitrine da Cerveja.

No vídeo a seguir, feito na Vitrine da Cerveja, registramos como é o processo de encher e fechar um Crowler.

Alguns apontamentos sobre o Crowler.

A máquina de fechar Crowlers custa em média 7 mil reais. Para o consumidor, cada lata sai por cerca de 4 reais, acrescidos ao custo da cerveja. Por conta da sua capacidade entre 500ml e 1000ml, os Crowlers facilitaram a vida do consumidor, que pode levar mais de um estilo de cerveja artesanal, diferente do que ocorre com os Growlers. Alguns Crowlers possuem ainda tampa com “boca” semelhante às tradicionais latinhas de alumínio; outros podem ser abertos em toda a dimensão da lata, otimizando as tarefas de servir e compartilhar a cerveja.

Estilo de lata com a boca totalmente aberta: Facilita nas tarefas de servir e compartilhar a cerveja

Os Crowlers possuem tamanho menor, maior portabilidade, são descartáveis e recicláveis. Além disso, eles são enchidos e fechados sob demanda, evitando que ocorra degradação da cerveja em função do estoque, como percebemos na situação do golpe de luz, ou ainda na entrada de oxigênio na garrafa. Sem falar que os Crowlers não possuem impedimento para acesso em determinados locais como ocorre em situações com recipientes de vidro, por exemplo, beber aquela cerveja artesanal fresquinha na piscina do condomínio ou do clube.