Da torneira para a lata: Conheça o Crowler, alternativa para portabilidade de cerveja artesanal

Um aspecto percebido na cultura cervejeira é a preferência de parte dos consumidores por cervejas servidas “na torneira”, que tecnicamente seriam mais “frescas”, isto é, produzidas e envasadas há pouco tempo, portanto não sofreram muito prejuízo em decorrência de condições de armazenamento e transporte. Desta forma, um barril conectado à torneira pode ser visto como mecanismo legitimador, atestando para o cervejeiro que aquela cerveja encontra-se fresca.

Em vez de comprar cerveja engarrafada, que eventualmente já teria sofrido impactos em função da estocagem, exposição à luz etc., o consumidor pode optar por adquirir a cerveja fresca diretamente das torneiras nos estabelecimentos comerciais. Para isto, ele dispõe de ferramentas especificas que facilitam consumir e transportar ; a mais famosa delas é o Growler, que já foi tópico em um post publicado ano passado aqui no Lupulado. Os Growlers são recipientes criados para que o cervejeiro armazene momentaneamente um ou dois litros de cerveja tirados da torneira, para levar e beber onde quiser. Nos últimos cinco anos, eles ganharam a companhia de um novo aliado nesta tarefa: o Crowler.

Deu sede? Crowler e o consumo de cerveja artesanal

A explicação para o nome Crowler é simples e técnica: Trata-se da síntese entre “can”, que significa “lata” em Inglês, e Growler. Nesta perspectiva, o Crowler não seria como um Growler de alumínio, mas latas que são enchidas e fechadas em minutos, sob demanda, que teriam a mesma finalidade para armazenamento e transporte de cerveja.

 

Enchendo o Crowler na torneira da Vitrine da Cerveja, em Salvador.

“A vantagem do Crowler é que você pode levar cerveja fresca da torneira para casa sem a necessidade de estar com o Growler em mãos. Para o proprietário do estabelecimento é indiferente (despachar em Growler ou Crowler), tanto faz. Porém  o Growler tem um aspecto cultural mais interessante. O lado ruim é que muita gente esquece o Growler em casa quando chega aqui (no estabelecimento). Inclusive, teve uma época em que eu emprestava Growlers porque realmente a turma esquece de trazer; então, o Crowler aparece como antídoto para esta situação”, destacou o cervejeiro Claiton Santos, proprietário da “Vitrine da Cerveja”, estabelecimento que é referência no ramo de cervejas artesanais em Salvador.

Claiton Santos da Vitrine da Cerveja.

No vídeo a seguir, feito na Vitrine da Cerveja, registramos como é o processo de encher e fechar um Crowler.

Alguns apontamentos sobre o Crowler.

A máquina de fechar Crowlers custa em média 7 mil reais. Para o consumidor, cada lata sai por cerca de 4 reais, acrescidos ao custo da cerveja. Por conta da sua capacidade entre 500ml e 1000ml, os Crowlers facilitaram a vida do consumidor, que pode levar mais de um estilo de cerveja artesanal, diferente do que ocorre com os Growlers. Alguns Crowlers possuem ainda tampa com “boca” semelhante às tradicionais latinhas de alumínio; outros podem ser abertos em toda a dimensão da lata, otimizando as tarefas de servir e compartilhar a cerveja.

Estilo de lata com a boca totalmente aberta: Facilita nas tarefas de servir e compartilhar a cerveja

Os Crowlers possuem tamanho menor, maior portabilidade, são descartáveis e recicláveis. Além disso, eles são enchidos e fechados sob demanda, evitando que ocorra degradação da cerveja em função do estoque, como percebemos na situação do golpe de luz, ou ainda na entrada de oxigênio na garrafa. Sem falar que os Crowlers não possuem impedimento para acesso em determinados locais como ocorre em situações com recipientes de vidro, por exemplo, beber aquela cerveja artesanal fresquinha na piscina do condomínio ou do clube.

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